O nosso primeiro encontro foi algo tumultuoso, tive de me enervar para que ele fizesse o que eu queria. Mas perdoei-lhe pois ele rapidamente ajustou a atitude e tudo acabou em bem. Hoje foi uma doçura, todo mel. Mal me viu desfez-se em sorrisos e delicadezas, desculpando-se pelo atraso. Ouviu-me com muita calma e falou-me mansinho. Combinamos novo encontro para daqui a tanto tempo quanto decorreu entre o primeiro e o segundo: "só para me contar como está" disse ele, com meiguice.
Se me tivesse mandado fazer o filha da puta do eco-doppler é que ele tinha sido fino, o tótó. Isso queria eu, saber se os coágulos ainda lá estão ou não, foda-se! Perguntou-me se a perna está inchada e foi o necessário para chegar ao brilhante diagnóstico que está tudo bem comigo, tudo maravilha, já nem de anticoagulante preciso, só da meia elástica, isso sim, para passar o Verão a parecer que em vez de perna direita tenho uma prótese, nada chato, e para nem falar no filha da puta do calor que aquela merda faz. Só de olhar para mim viu logo que está tudo bem, são competentes os médicos hoje em dia, já devem vir equipados com visão raio X de origem, ou o caralho. Passaram quase 6 meses desde o episódio da trombose, e quer ver-me daqui a outros 6. Pergunto-me, para quê? Ah, só para lhe contar como estou. De facto não tenho mesmo mais nada para fazer do que ir de 6 em 6 meses à Consulta Externa de Cirurgia Vascular do Hospital, só para contar ao médico como estou. É. Até porque se o gajo tivesse engraçado comigo e me quisesse comer, de certezinha que não esperaria tanto tempo. Digo eu.
2 comentários:
Bom, ele se calhar tendo muitas pacientes tem mesmo de as orientar de seis em seis meses para não criar engarrafamentos. É estrategia...
Pode ser, mas deixa um nadinha a desejar. É que quando apanhei este senhor doutor na Urgência há seis meses tive de lhe rosnar. Ou então foi com isso que o "apanhei". Quem sabe? ;-)
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