31.1.10

Another night




Greed's all gone now, there's no question
And I can see you push your hair behind your ear
Regain your balance
Doesn't matter where she is tonight
Or with whoever she spends her time
If these arms were meant to hold her
They were never meant to hold her so tight
For the love of that girl
Greed's all gone now, panic subsides
When I could run, pulling arms to love her
Try to put myself on the inside
Of the love of that girl
Tears swell, you don't know why
For the love of that girl
They never fall, they can never run dry
For the love of that girl
Promise is never over, never questions that needed reply
But she could breathe deep into my neck
Let me know I'm just on the outside
Of the love of that girl
Tears swell, you don't know why
For the love of that girl
They never fall, they can never run dry
For the love of that girl
Greed's all gone now, there's no question
And I can see you push your hair behind your ears
Regain your balance
Doesn't matter where she is tonight
Or with whoever she spends her time
If these arms were meant to hold her
They were never meant to hold her so tight
For the love of that girl
Tears swell, you don't know why
For the love of that girl
They never fall, they can never run dry
For the love of that girl

30.1.10

Puzzle

Diz-me ela assim:

- O homem ideal existe, simplesmente ele é um conjunto de várias qualidades encontradas em homens diferentes.

Eu ri-me, claro minha querida, que pensas tu que eu faço?
Precisamente isso, disfruto do melhor que cada homem tem para me oferecer.

Os rapazes

Conversa entre os meus filhos, no carro dos meus pais, com a minha mãe sentada entre eles:

O grande: Sabes avó, vou meter esta moeda na minha carteira, e depois, tiro a carteira do bolso, abro-a e retiro a moeda, e as pessoas à volta vão pensar que sou um adulto.

O pequeno: É, e também vão pensar que és anão...

28.1.10

Perdido

Vi um homem perdido. Perdido entre mulheres, todas as da sua vida. Perdido na sua vida, numa espiral de fumo de cigarros tão difícil de agarrar quanto a farsa que lhe tomou o lugar. As mulheres tantas e nenhuma verdadeira, dependente de todas não tendo nenhuma, o rapaz deslumbrado com  as descobertas, perdido sem a mãe, o eterno porto seguro mesmo depois de morta. A amante, a musa, a esposa, todas dele e nenhuma verdadeiramente sua. O gosto agridoce do sucesso, o peso da idade, o peso do nome uma vez grandioso e agora insuportável, vazio. Vi um homem perdido dentro de si. Encontrou-se mas só depois de decidir retomar as rédeas da sua vida e parar de fingir. Depois de se despir das mulheres, da fama, encontrou o caminho, o seu. O caminho que se torna sempre claro quando se assume o que se é e o que sente, e a farsa dá lugar à realidade. É isto que retiro, apenas isto. Que a vida quando se transforma numa farsa é como fumo, impossível de agarrar e muito menos de saber para onde vai, até que desaparece. E só quando toda a farsa cai se pode ter a vida de volta nas mãos. O filme, foi o Nine.

27.1.10

Close your eyes



Ao longo de um claro rio de água doce
Crónicas da terra ardente
Fausto
1994

26.1.10

Regresso

Fui buscar os miúdos. O mais novo não quis vir, ficou nos avós. Não me zanguei, claro que não, é normal. Ele não é muito dado a essas mariquices das saudades, o mais velho sente mais. Esse, veio imediatamente, e dado que o irmão não veio já sabia que ia dormir comigo. O bónus de dormir com a mãe só acontece se estiver um só, e estando os dois, em tempos normais, só é permitido uma vez por semana. De resto, cada um na sua cama, que assim é que está bem. Amanhã, levo-o à escola e regresso ao meu sofá. Aos poucos, devagarinho, poderei abandonar o sofá e o repouso, mas por enquanto muita calma. Além disso, como amanhã dormem ambos em casa do pai, vou ao cinema, já decidi. Também mereço. Depois, uma coisa de cada vez, um dia de cada vez.

(Adorei voltar a pegar no meu carro, ai o cheiro do meu carro, ai o ruído do meu carro. A sensação de conduzir depois de um mês é maravilhosa. Já me ocorreu que se um dia tiver de mudar de profissão, muito provavelmente irei tentar uma que implique conduzir.)

Good news

Até que enfim!!! Finalmente o meu sangue cedeu e lá foi para onde tem de ir, teimoso!!! O resultado de hoje é muito melhor e entrou no valor pretendido. A ver se consigo deixar de ser esta entrevada e começar a recuperar as coisas mais básicas da vida normal. Porra que isto nunca mais ia lá! Aguardemos... sem medos.

25.1.10

Hate me

Agonia

Domingo à noite. O mais velho telefonou-me a chorar. Tenho saudades tuas. Morri. Passou o telefone ao mais novo. Eu tenho mais saudades ainda. Morri. Estiveram aqui, comigo, o mais novo dormiu comigo na sexta e o mais velho dormiu comigo ontem. Já estão naquele ponto em que o tempo passado comigo, por ser curto, ainda lhes dói mais. Quando podemos voltar para casa mãe? Morro de cada vez que me fazem esta pergunta. Morro porque não sei a resposta. E a puta da minha perna que já nem tem sequer a decência de me doer, e o filho da puta do meu sangue que teima em não diluir. Eu aqui a sentir-me bem, que o sangue a correr nas veias não se sente, que as putas das veias não me doem, mas não posso cuidar dos meus filhos, não posso fazer coisas tão básicas como deitá-los ou levantá-los, dar-lhes o pequeno almoço e levá-los à escola. E apesar de não estar bem, como me sinto bem enlouqueço de culpa, medonha e esmagadora que me asfixia e me rói por dentro por sabê-los cheios de saudades e não os poder trazer para ao pé de mim. Morro.

24.1.10

Parva

Sou mesmo parva. A sério que sou. Na sexta-feira fiquei furiosa com o resultado do controlo do sangue, porque tuda a evolução dos últimos 20 dias foi por água abaixo. Está pior do que no início do tratamento com o anti-coagulante. Caiu-me tudo ao chão, não contava com isto, tinha interiorizado que em mais 2 semanas iria atingir os valores pretendidos e iria poder começar a fazer o regresso à minha vida normal. Já me tinha passado a neura provocada pelo facto de me sentir bem e mesmo assim ter de continuar fechada em casa, sim, porque a perninha já não me dói há bué de tempo. Parva! Parva! Parva! É que, uma vez que não se encontra explicação para a trombose ter sucedido na perna, poderia muito bem ter sido no coração ou no cérebro, e aí sim, seria muitíssimo mais grave. Parva! Ainda me queixo! O que é ter uma mancha castanha na perna ou mesmo ficar manca, coisas que não ocorreram sequer,  comparadas com as possíveis sequelas de qualquer uma das outras duas hipóteses?

22.1.10

Fã da Monica

Tenho um amigo que é um grande fã da Mónica Belluci. Dizia-me ele há bocadinho no msn que ela é a mulher que mais lhe enche as medidas porque tem atitude, e eu, naturalmente gozei com ele lembrando-lhe que o que ele vê nos filmes não quer dizer nada... Continuou dizendo que como não pode encher as medidas com ela, que vai procurando um bocadinho de Mónica em cada mulher. Não resisti, e claro que tinha de meter nojo, porque em tempos este meu amigo, quando ainda não éramos amigos tentou engatar-me. Como não resultou ganhou, ao invés, uma boa amiga.  A conversa que se segue foi bastante esclarecedora.

Eu: gostava era de saber se eu também tenho um bocadinho de Mónica, não ficava nada chateada.
(achei francamente que ele ia responder que tinha o cabelo, que é mais ou menos como o dela)
Ele: tens a atitude.
Eu: desculpa?
Ele: só do que conheço
como tu dizes, dos filmes
e reportagens e fotos ...
parece-me que ela tem atitude
isto é
parece-me uma mulher que sabe o que quer
que tem consciência
que uma mulher se quiser pode ter o mundo na mão
e ela procura isso
ter o mundo na mao
dominar
entendes?
Eu: entendo
e tu achas que eu tenho isso???
tás maluco pá
lol
Ele: sim, só na maneira de andar vê-se isso
Eu: ah???
como???
isto é cada revelação, hoje
lol
Ele: umas pedem licença
a uma perna para andar a outra
outras devem ter ovos no meio das pernas
Eu: lol
Ele: umas torcem-se todas que um gajo está sempre a ver quando parte a anca
outras, que é o teu caso
são determinadas a andar
e olham nos olhos de um gajo
não são daquelas que um gajo olha nos olhos e desviam o olhar
enfrentam o olhar
Eu: estou "baradinha da minha bida"
Ele: porquê?
Eu: porque sim
Ele: mas isso já tu sabias
Eu: não sabia que nisso era igual à Monica
lol
lol
segundo o teu ponto de vista
lol
Ele: eu também não conheço a Monica
Eu: pois não
lol
lol
Ele: até pode ser uma insossa
e então minha cara
podes ter a certeza que és bem melhor
Eu: LOL
Ele: se ela é assim só em frente às câmaras
tenho a dizer-te
és bem melhor
ela pode ter o melhor corpo do mundo
mas se depois não tiver sal...

(Acho que o meu "suposto" amigo ainda não desistiu de me engatar...)

21.1.10

Timidez

Fiquei a pensar, desde ontem porque o assunto veio a lume durante uma conversa, nas pessoas tímidas ou envergonhadas. Nas pessoas que ficam embaraçadas e constrangidas facilmente. Fiquei a pensar nelas porque eu não sou assim. Muito dificilmente fico embaraçada e tímida não sou nem um pouco. Mas nem sempre fui assim, a adolescente envergonhada transformou-se na adulta despachada e descarada que sou hoje, desde há quase 20 anos. O facto de ter começado a trabalhar muito nova foi determinante nesta transformação, obviamente. O ter continuado a estudar mas à noite, entrando num ambiente completamente diferente daquele a que estava habituada marcou também a mudança. E aprendi que não dói nada falar com quem nunca se tinha falado antes, que as pessoas que nos intimidam não mordem nem batem, e que abordar com simpatia arranca sorrisos aos mais sisudos. É também uma questão de treino, depois da primeira vez, é sempre a andar, de tal maneira que hoje é natural e espontâneo. Acontecem situações menos positivas, é certo. Mas são só algumas, e nada significam comparadas com a liberdade e leveza que se sente quando olhamos o mundo de frente e sem qualquer problema, abordamos alguém que não conhecemos e que queremos conhecer. É fabuloso, eu gosto.

19.1.10

Bored

É verdade e já o disse, tudo aconteceu cedo na minha vida. Aos 16 anos comecei a trabalhar, aos 19 apaixonei-me e aos 21 casei-me. Com 24 tive um filho e aos 28 já tinha dois. Tenho 34 anos, divorciei-me. Não consigo evitar, sinto-me velha, e pior, aborrecida.

Correio

Um dia destes escrevo uma carta, daquelas inúteis que se escrevem mas que nunca se chegam a enviar, e escrevo tudo o que não pode ser dito porque não é verdadeiro e tudo o que poderia ser verdadeiro mas não é dito.

17.1.10

Drink

Cá estou, no mesmo sítio, na mesma, com o fim de semana já acabado que não soube a nada porque os dias têm sido praticamente todos iguais. Saio de casa apenas para tratar da saúde e para ver os meus filhos e os meus pais. E agora, à noite apeteceu-me um drink, a unica expressão de jeito trazida das novelas brasileiras. Preparei-o e beberico-o com prazer, afundada no meu sofá a fumar um cigarro e a pensar porque raio é que tens este efeito em mim.

16.1.10

Tanto

Ontem veio o mais novo, tantas saudades, tanto mimo, tantos abraços, tantos beijos. Tão bom. Hoje vem o maior, matar as saudades, gozar o mimo, aquecer os abraços e beber os beijos. Não posso cá ter os dois, não consigo, ainda. Que falta me fazem, tanta. Maldita perna, que me separa dos meus filhos. Maldita.

15.1.10

Às aranhas

Da mesma forma que uma pessoa habituada a um estilo de vida calminho não se orienta muito bem se tiver de começar a lidar com um ritmo mais acelerado, alguém que normalmente vive com o tempo cronometrado, quando confrontado com uma diminuição da velocidade e um aumento drástico de tempo livre também fica às aranhas. É aquela sensação de perder o controlo, de não saber o que fazer, porque os hábitos e as rotinas foram de repente e sem qualquer aviso prévio alterados. Percebi que me viciei em stress, em pressão e adrenalina. E agora estou simplesmente a ressacar.

14.1.10

Classe

Para mim, num homem, a peça de roupa mais sexy será sempre uma camisa justa cujas mangas estão arregaçadas até ao cotovelo. Querem ver?


Benicio del Toro

Get real

Deixei de sonhar, deixei-me disso. Não sei muito bem porquê, mas gostava de saber. Uma pessoa sem sonhos é uma pessoa que pára, estagna, deixa de querer mais, deixa de ter objectivos, sempre entendi isto assim. No entanto tenho alguns projectos. E qual é a diferença? Também não sei muito bem, mas de repente, assim muito de repente, encaro os projectos como coisas que irei realizar, são coisas concretas e definidas que me vejo perfeitamente a concretizar, com maior ou menor grau de dificuldade, mas que são, ou irão ser reais. Já os sonhos remetem-me para o mundo da fantasia, e nesse não gosto de entrar. Fantasiar não é o meu forte, nem no Carnaval. Não sou dada a fantasias, acho-as inúteis. Não me trazem nada de especial, prefiro a realidade que já é tão imprevisível e por isso mesmo me dá já tanto trabalho. Entretanto, vou apostando naquilo que me estimula e me diverte, e que é real.

13.1.10

My own private war

Tenho conseguido vencer a vontade uma em cada três vezes. Reduzi portanto para um terço, mais coisa menos coisa. Acho que se não estivesse confinada ao meu sofá e arredores seriam mais as vitórias do que as derrotas. É que isto de não poder sair de casa, de quase não me mexer enerva-me bastante. E quando me enervo o que é que eu faço? Hein? Fumo.

Control

"He who controls others may be powerful but he who has mastered himself is mightier still."

Lao Tzu

Sometimes

you just know in your heart that you're right, and yet, you wish so damn hard you were wrong.

12.1.10

O príncipe encantado

Hoje lembrei-me da minha prima S., às vezes lembro-me dela, de quem fui muito próxima há muitos anos, mas que cortou relações comigo tinha eu 18 anos e ela 22. Éramos muito amigas e por isso, quando ela se encantou com um fulano inglês, que os meus tios descreviam como um príncipe encantado, ai meu Deus que a nossa S. teve tanta sorte, ai meu Deus que ele foi motorista da princesa Diana e mais disparates deste género, tomei a liberdade de tentar abrir-lhe os olhos relativamente ao seu príncipe. Quando ele veio conhecer a família eu era a única pessoa que falava fluentemente inglês. Passamos a tarde a passear pela cidade, a tomar cafés nas esplanadas e a conversar, os três. Sucede que a história do inglês não batia certo, estava muito mal contada. Cheirou-me imediatamente a esturro, e a minha consciência mandou que depois, mandasse carta à minha prima, alertando-a para as lacunas na história. O que lhe escrevi foi basicamente isto: se sabes de tudo da vida dele, de todos os podres, estou contigo, seja ele o maior assassino à face da terra, estou contigo. Se não sabes, por favor fica alerta, se te vais casar com ele, fica atenta. A nossa amizade permitia-me, mais, obrigava-me a isto. Contudo quando recebi a resposta percebi que ela estava perdida. Foi ele que me respondeu, a enxovalhar-me e no meio de outros insultos chamou-me invejosa porque o que eu queria era ter arranjado um gajo como ele. Obviamente que a partir daí não houve qualquer tipo de comunicação. Soube anos mais tarde que ele a espancava frequentemente, e que ela lhe fugiu diversas vezes indo para junto dos pais, a viver no estrangeiro na altura e que ele, de todas as vezes a foi buscar, e que ela, de todas as vezes veio. Soube que depois conseguiu desenvencilhar-se dele, não sei como mas conseguiu. A única coisa que me pesa, no que diz respeito à minha prima S. é não ter conseguido evitar-lhe as grandessíssimas sovas com que o seu príncipe inglês a presenteou durante tantos anos.

Update da maleita II

Está visto que o único exercício que vou fazer nos próximos tempos é calçar e descalçar a puta da meia, que aperta que se farta e já me pôs a suar. De resto, tudo a mesma merda. Eu já toda lançada, acreditanto que isto sempre ia, mas não vai. Pelo menos não ao ritmo que indicava a segunda análise ao sangue, desta vez melhorou mas muito menos do que na vez anterior, ou seja, quase NA-DA!!! Pronto, e era isto. Continuando para bingo, aumenta ainda mais a dose dos comprimidos e continua a picar a barriga, toda negra coitadita.

Fear

"You gain strength, courage, and confidence by every experience in which you really stop to look fear in the face. You must do the thing which you think you cannot do."

Eleanor Roosevelt

11.1.10

10.1.10

Consolo

Ponham 5 adultos com idades compreendidas entre os 30 e 40 anos na mesma sala, dêem-lhes de comer e de beber com abundância, depois ponham-lhes uns comandos nas mãos e liguem um jogo na Play Station que se chama Buzz, continuem a fornecer bebidas em abundância, sentem-se e apreciem o festival de palhaçada que dá...

(e pensar que eu não queria ir... ainda bem que me obrigaram)

9.1.10

Jacklyn

Cedo aprendi que na vida há muitas áreas cinzentas, ainda na adolescência e tanto quanto a pouca maturidade me permitia. Por essa altura aconteceu-me aquilo que acontece a todos os adolescentes, saí da casca, descobri o mundo, as pessoas e comecei a perceber que cada pessoa, cada vida tem as suas nuances, muito próprias cuja mistura é única e intransmissível, que cada um constrói a sua paleta de cores e as utiliza, alguns apenas a seu gosto e outros na tentativa de ir ao encontro de gostos que não são bem os seus. Também compreendi que as pessoas são feitas de opções, apesar de não compreender essas opções, não era possível compreende-las, o meu caminho estava apenas a começar, tão somente tinha aberto a porta. Fui obrigada a relacionar-me com pessoas que não conhecia, fui obrigada a ajustar a minha atitude para com os outros e fui-me descobrindo a mim própria, à medida que ia domando os leões para os quais fui atirada ainda tão tenra. Descobri na diversidade das pessoas, os comportamentos, as reacções, a alegria de viver, a mais completa frustração, a amarga resignação, os ódios pessoais, a vingança e o rancor, a competência e brio profissionais, as mais perfeitas imbecilidades, o ter coragem para enfrentar o chefe mas a total submissão ao conjuge, a miséria de casamentos falhados mantidos ninguém sabe porquê, a podridão e o equilibrio vindos de relações extra-conjugais, as pequenas tiranias, a facilidade de se rir de si próprio mesmo nos piores momentos. Descobri tudo isto e muito mais, tinha 16 anos, na empresa para onde fui trabalhar. Foi também nessa altura conheci a pessoa mais importante na construção da mulher que sou hoje, a mulher que homenageio com o nome Jacklyn, que não é evidentemente o meu, nem o dela, mas ela sabe que é assim que lhe chamo. Foi esta mulher que me ensinou a pensar, não me ensinou como pensar, mas a pensar, não me mostrou o caminho, mostrou-me que havia vários, e escolhê-lo me competia apenas a mim. E isso, querida Jacklyn, agradecer-te-ei até ao fim do mundo.

8.1.10

Funny

Curioso como muitas pessoas que, quando na falta do que dizer ou responder, em situações para as quais não estão preparadas, se riem.

Convalescendo...

Pronto. Está a melhorar, pouquinho mas melhorou. Parece que é normal no início. Ok, penso eu. Depois, também é normal que ainda me doa tanto a perna, e que ainda me doa por muito tempo, paciência portanto. E descanso, muito descanso. Esta parte já não gostei muito. No regresso a casa comprei 2 livros e 3 revistas, uma de informação, outra de cinema e outra só mesmo para me divertir. Hum... nada bate o cheiro a papel, que delícia, qual internet qual quê... Esqueci-me foi de uma coisa, esqueci-me de pedir à médica para me receitar uns calmantes, acho que vou precisar... Ah, e vou precisar de uma meia elástica toda nice que tem de ser feita à medida da minha perna. Como? Que luxo, uma meia feita por medida... está bem, está...

7.1.10

Isolamento

Hoje em dia, tendo-se dinheiro no banco, um computador e internet, é possível viver sem ter de botar as patas fora de casa. Vejamos, as contas pagam-se por transferência online; as compras de supermercado fazem-se online e depois são entregues em casa; os jornais e revistas consultam-se online também; os filmes alugam-se directamente ao fornecedor de televisão por cabo; os livros encomendam-se online e são também entregues em casa; a roupa também se pode encomendar online e recebê-la em casa (não é o meu caso, para que quero eu roupa nova?) Enfim, tudo ao nosso alcance, ali mesmo nas teclas de um computador, e à velocidade desta maravilha que se chama internet. Pois, mas para quem como eu, nunca antes foi obrigado a ficar encerrado dentro do próprio lar, com mobilidade reduzida, este tipo de vida é francamente, uma boa merda. Habituada a viver sempre num ritmo bastante acelerado, e nesta altura nem sequer estar em condições de tratar dos próprios filhos é altamente perturbador. Só saio de casa para ir ao hospital, o que não é de todo atractivo, convenhamos. Isto de parar assim abruptamente é comparável a um carro que em alta velocidade, travando a fundo, baralha o sistema todo e simplesmente... desliga. Ainda não desliguei, mas o sistema está todo baralhadinho.

6.1.10

É a puta da loucura!!!

Há muitos anos atrás eu era uma rapariga muito bem disposta, sempre porreira, sempre com uma piada debaixo da língua para qualquer situação, de gargalhada fácil e sorrisos para dar e vender. Ora, com o passar dos anos e das desilusões, esta maneira de ser como que se esfumou. Foi-se para parte incerta, deu de frosques. Os sorrisos passaram a ser escassos, as piadas muito raras e as gargalhadas então, quase que era preciso meter requerimento para saltar uma cá para fora. Reparo que agora está de regresso uma característica que há muitos anos atrás eu tinha e que também tinha desandado da minha vida. Eu tinha de forma algo frequente ataques de riso incontroláveis e digamos, vá lá, muito chatos em determinadas alturas, despoletados por pequenas merdas que podiam ser uma expressão no rosto de alguém, e também, na maior parte das vezes, por alguma coisa que eu imaginava. E quando era algo que só se passava na minha mente, era obvimente muito difícil que alguém além de moi-même achasse graça. Mas eu ria, gargalhava alto e bom som, chorava de tanto rir, a pontos de ficar com dores no abdómen e nos maxilares. E não conseguia parar, quer dizer conseguia, mas só depois de muito chorar e gargalhar. Pior do que isto, é que mesmo depois, já controlada a situação, se me voltasse a vir à ideia a cena, desatava a rir outra vez, assim do nada, sem conseguir parar de imediato. Tolinha a rapariga, não deve ser boa da cabeça, era o que estava estampado nas caras de quem assistia a estes episódios. Pois bem, esta merda está de volta. Não posso fazer nada, está de volta. Aqui há umas semanas fiz esta triste figurinha quando vi a notícia do senhor que espatifou os militares na estrada ao lado do quartel de Tancos. Mau gosto, eu sei, coitados dos mancebos. Mas foi inevitável, eu só imaginava a carrinha bater-lhes, levanta-los e eles a cairem uns para um lado e outros para o outro. Mau, muito mau. Mas eu só me ria, e chorava de tanto rir a imaginar a cena. Isto ao almoço. Depois cheguei ao trabalho e fui ler as noticias online e há uma frase que me volta a provocar as gargalhadas. Qualquer coisa do género, maioritariamente ferimentos do foro ortopédico. Minha gente, foi de gritos, perninhas e bracinhos partidos, e imediatamente e minha mente distorcida vê os moços a voar e a tombar. Uma desgraça. Fui enxovalhada como é bom de ver, pelas minhas colegas de trabalho. E passei a tarde nisto, várias vezes me vinha isto à cabeça e começava a dança. Um verdadeiro festival de insultos de toda a espécie vindo das minhas queridas colegas. Acontece que aqui há dias, mais propriamente no dia de Ano Novo, estava eu a chegar a casa dos meus pais para almoçar, acompanhada do meu brother, que ultimamente tem sido o meu chauffeur privé, empoleirada em duas canadianas emprestadas, a que eu chamo carinhosamente muletas, e mesmo antes de chegar ao portão, o meu irmão alerta-me para as partes do piso que são escorregadias, para eu ter cuidado. Oh que caralho, foi o suficiente, comecei-me logo a rir, fiz logo o filme todo, só me via a escorregar, a estatelar o cú no chão, de pernas abertas e as putas das muletas a voar...

(e estou aqui a contar isto porque ontem à noite, ao deitar-me, não sei porque carga d'água, lembrei-me desta cena, do cú no chão e das muletas a voar, e tive outro ataque de riso, não posso mesmo fazer nada contra isto)

5.1.10

The higher you climb...

Não sou pessimista. Tento sempre pensar de forma positiva, mas refreio sempre a expectativa. Prefiro mantê-la em níveis razoáveis, para depois não levar com baldes de água fria pela cabeça abaixo. Assim, o que vier, é lucro.

4.1.10

Update da maleita

1º controlo ao sangue da menina:

O dito está, pelos vistos na mesma, encontra-se dentro dos valores de uma qualquer pessoa não sujeita a medicação com o intuito de o diluir.

Assim sendo, aumenta-se a dose do comprimido (pelos vistos não muito) milagroso, e continua a injectar-se na barriguita o liquido precioso que previne que a trombose se repita.

E prontos, estou basicamente na mesma. 1 semana de medicação e nada. Estranho, não?

Dia 8/1, novo controlo.

3.1.10

Custa mas não dói

Muitas vezes custa verbalizar o que sentimos, contudo não dói nada. É uma das coisas que só experimentando se consegue perceber. Aconselho, é tremendamente libertador. Demorei e custou-me muito, mas uma vez conseguido, simplesmente não há retorno. Não consigo conceber viver de outra forma.

2.1.10

Projectos

A partir de hoje permito-me ter projectos. Posso agora tira-los da "gaveta" em que coloquei vários que fui juntando e guardando, aguardando o tempo certo. Alguns são só ideias, outros esboços de ideias, e outros ainda que só falta mesmo por em prática, já está tudo alinhavado. Permito-me a partir de hoje torná-los reais. Não gosto de pensar muito em coisas que sei à partida que não posso concretizar, de certa forma magoa-me, não consigo explicar muito bem, mas é quase uma desilusão. Por isso, guardo em local "seco e fresco" para que não se estraguem, mas longe da vista e da ideia para não me doer. Então, agora que o divórcio é um facto, posso por em prática o projecto nº 1, que vai ser comprar a minha casa, quer dizer, comprar a outra metade. Este é o primeiro e só falta pô-lo em prática. O segundo é uma viagem, que pretendo fazer sozinha, 3 ou 4 dias bastam, para local ainda não definido. Não precisa sequer de ser muito longe. Basta ser longe o suficiente para implicar uma viagem de avião. E uma qualquer cidade europeia serve. Esta é a parte que falta definir, o destino. Depois, viro-me para a minha (agora mesmo minha) casa, e vou pô-la em ordem. Quando digo pôr em ordem, significa virar algumas divisões de pernas para o ar, a começar pela cozinha. Tenho muito que fazer como é evidente. Se não fosse o raio da perna, começava já segunda-feira a tratar de vida. Mas, algo hei-de conseguir por a andar. Veremos.

1.1.10

Esperança

Eu acredito que cada indivíduo tem poder, do qual muitos infelizmente nem sequer suspeitam, para mudar o mundo. Acredito que as pessoas podem mudar pequeninas coisas em si próprias, que mudam também os outros. Acredito que todos podemos trabalhar aquilo que achamos que não está bem dentro de nós. Acredito que todos podemos ter essa consciência, do que não está bem dentro de nós. Nem todos a têm, mas podem ter, se quiserem. Acredito que são as pequenas coisas que fazem a diferença. Acredito que tratar os outros com respeito e educação produz melhor resultados do que a indiferença e a agressividade. Acredito que podemos dizer o que temos a dizer, que podemos e devemos reclamar quando achamos que o devemos fazer, sem recorrer a insultos ou malcriadezas. Acredito que podemos ensinar os nossos filhos a fazer o mesmo. Acredito também que nem sempre se consiga, mas acredito ainda mais que temos o dever de tentar. Sempre, e se conseguirmos aquilo a que nos propomos nem que seja metade das vezes já estamos a vencer. Acredito que com isso, nos sentimos melhor connosco próprios e potenciamos a força para tentar de novo. Acredito que se pensarmos e agirmos assim ao longo da nossa vida teremos melhorado qualquer coisa no mundo. Acredito nisto mesmo quando vemos os outros à nossa volta a fazer o oposto. Acredito em tentar sempre, mesmo quando não resulta. Acredito em deitar a cabeça na almofada e pensar que fiz bem, ou que tentei fazer bem. Acredito em não abandalhar ou aldrabar o que quer que seja mesmo vendo toda a gente a fazê-lo e a dar-se bem. Acredito em ter a consciência leve. Acredito em manter os príncipios que alguns ridicularizam porque dizem que o mundo é dos espertos. Acredito que se cada individuo se esforçar por dar o melhor de si, quer profissionalmente, quer junto da família e daqueles que ama, algo muda para melhor. Acredito que arregaçar as mangas e fazer-se à vida é infinitamente mais gratificante para um indivíduo do que o sonho de alguns dias que deposita no bilhete do Euromilhões. Acredito que as dificuldades que se encontram na vida são o que revela o carácter das pessoas, e que a forma como se lida com elas é o que verdadeiramente as define. Acredito no indivíduo como único meio de melhorar o mundo. É isso que peço para o novo ano, discernimento para ver o que não está bem, e força para continuar a tentar, nem sempre conseguindo, mas sempre tentando.