30.4.10

Estourada

Estou estourada porque acabo de estourar mais de 300 euros em roupa, e nenhuma peça é para mim. Duas toilletes para um par de gémeas que fazem 13 anos na proxima segunda-feira, uma delas é minha afilhada e a outra não, mas isso nada significa porque levam as duas presentes por igual em todas as alturas do ano, aniversário, Pascoa e Natal. O resto é tudo para o rapaz maior que está grande que eu sei lá e servem-lhe 3 ou 4 t-shirts do ano passado. Pois... ele foi t-shirts, ele foi calças, ele foi bermudas, ele foi cintos, ele foi sapatilhas, ele foi camisas, e parte disto já na secção de homem porque algumas calças e bermudas do tamanho 13/14 da Zara Kids já não lhe servem, e dali fomos como fusos à parte Zara Man. Mas pronto, tenho esta mania de comprar tudo de uma vez só e de preferência tudo na mesma loja, e assim só lá volto em Setembro, para nova carga de roupa de Inverno. Mentira, vou ter de lá voltar para comprar qualquer coisinha para o pequeno, coitado que também merece umas pecitas de roupa nova, senão tem sempre roupa usada, a que deixa de servir ao irmão. Era bom era, desfazer-me de roupa em bom estado e depois ter de comprar tudo outra vez. Não faltava mais nada, guardo tudo. Mas só porque o mais velho é o mais velho e o mais novo é o mais novo, é que se fosse ao contrário estava lixada, a roupa que deixa de servir ao mais novo vai quase toda para o lixo porque o gajo dá cabo de tudo, desde nódoas perpétuas a buracos de todos os tamanhos e feitios, tanto em roupa como em calçado, uma miséria. Claro que isto de guardar roupa durante 4 anos dá um bocado de trabalho e exige alguma organização. Além do filme que é todas as estações ir dar a volta aos baús e gavetas para ver o que já lhe serve e o que ainda fica. E depois sim, incursão pela loja para lhe comprar qualquer coisa de novo, não era justo não é?

(Nota-se assim muito que não gosto de ir às compras?)

29.4.10

Brincadeira

Estavam os dois já prontos para virmos para casa, e foram dar a última volta de bicla, nas traseiras da casa dos meus pais enquanto aqui a mãe recolhia mochilas, casacos, livros e sacos vários, eis senão quando aparecem os dois caramelos molhadinhos que nem uns pitos. Tiveram a brilhante ideia de abrir a torneira da mangueira e deram banho um ao outro. Muito giros, sim senhor. Resultado da brincadeira: Bicicletas para mala do carro e à chegada a casa directinhas para o armário da garagem. Fechadas por tempo indeterminado. Eeeeeeei mãe, oooooooooooooh, quando nos dás as bicicletas? Não sei, depende do comportamento de vossas excelências.

Exclusividade

Acabo de receber um telefonema muito simpático de uma menina que amavelmente me informou que tenho de preencher uns filhas da puta duns mapas excel, com informação que deverá ser actualizada todas as semanas, que é extremamente importante, que ela tem de apresentar à direcção, bla bla bla... E a procissão ainda vai no adro, que é como quem diz, a colecção nem foi entregue sequer. É muito giro falar mas além de policiar os fornecedores, traduzir tudo e mais alguma coisa que estes camelos não entenderam ainda que para exportarem mercadorias convinha que pelo menos um dos funcionários dominasse a língua inglesa, massacrar-lhes a cabecinha diariamente a reclamar amostras e informações variadas, responder às centenas de e-mails cheios de paneleirices recebidos das moçoilas francesas de diferentes equipas, alterar mapas que há cores anuladas ou adicionadas e quantidades revistas tipo cada dois dias, adicionar instruções que chegam todos os dias a conta-gotas, ainda vou ter agora, de pegar noutros mapas já preenchidos e enviados anteriormente, actualiza-los todas as semanas e envia-los à menina simpática que me telefonou. É giro, é sim senhor. E é simples, quando chegarem as encomendas e eu tiver de acompanhar as produções, esta merda de certeza que vai piorar consideravelmente, e nessa altura, todos os outros clientes paneleiros que ainda tenho terão de ir à vidinha deles e ir parar às mãos de outra gaja qualquer. Eu trato desta merda toda, trato, na boa, mas se é para ser assim, se é para exigir este nível de comprimisso, terá de ser em regime de exclusividade. Caso contrário, ou trato disto a cagar e depois dá merda, ou então deixo de ter vida extra-trabalho, trago para cá um saco-cama, escova de dentes e hiberno cá no escritório, o que é completamente contra-natura, está a chegar o Verão caralho, tempo de esplanadas, praia e protector solar, hibernar é no Inverno foda-se!

Surpresa

Equipada, de toalha e garrafa de água e com a juba presa num elástico lá vou eu, lentamente que a ideia de ter de ir dar o corpo ao manifesto não continua a não me agradar nada, mas dizia eu, calmamente dirijo-me ao ginásio. Sim, hoje outra vez, entro na sala dos horrores e quem vejo eu, ali a pedalar na bicicleta? Quem? Pois... alguém que provoca em "moi" sentimentos muito contraditórios. Se por um lado a paranóia do proibido já não faz grande sentido dado que essa estrada já foi galgada sem direito a multa nem nada, por outro continuo a achar que não devo correr o risco de alimentar uma situação que não irá dar a lado nenhum. Acontece que há ainda um outro lado, que digamos... é assim... não sei... um lado que me provoca uma certa efervescência perante a visão de uma figura que assim de repente, para a descrever, só me sai "filet mignon". É o que vos digo, "filet mignon"... ai...

28.4.10

Tens a mania que és fina...

Há dias em que acordo e acho que posso contrariar a Natureza. Então eis que hoje chego ao escritório empoleirada numas sandálias de salto alto e com um cinto largo envolvendo as ancas, e estes prantos dão imediatamente direito a exclamações por parte das minhas colegas, ai que tu hoje estás uma verdadeira "femme de négoces", é, nós misturamos português e francês frequentemente. Obviamente que lá pelo fim da manhã caio na real e arrependo-me amargamente de ter calçado as sandálias e ter posto o puto do cinto, porque os saltos altos impedem-me de andar à velocidade a que estou habituada, o que me irrita solenemente, e o cinto desloca-se de cada vez que me sento ou me levanto e chateia-me andar constantemente a pôr o cinto no sítio. Aqui, repito o padrão e à hora do almoço vou a casa, atiro as putas das sandálias  com quanta força tenho para o fundo do armário e largo o cinto onde calha, abraço a minha condição de "femme" que não é de "négoces" e enfio-me nas allstar. Agora sim, o mundo regressou à normalidade.

27.4.10

Inspira, expira

Pela primeira vez na minha vida, saí ontem do ginásio com o ar de quem tinha de facto passado uma hora num ginásio. A t-shirt completamente molhada e as calças coladinhas às pernas. As trombas vermelhas e ligeiramente inchadas e a respiração ofegante. É verdade que os 10 minutos de bicicleta foram pedalados a velocidade superior à habitual, é certo que fiz 15 minutos de tapete com aquilo regulado no limite dos limites da velocidade a que se começa a correr, mas eu andei, recuso-me a correr que não quero entrar em despesas e com o meu pé pesado e estes kilos todos a martelar na passadeira ainda parto aquela merda toda, sim, não sou propriamente uma rapariga magra, tenho carne agarrada aos ossinhos, e também confirmo que as máquinas que utilizo normalmente para exercitar os músculos das costas carregavam 15kgs em vez dos 10kgs do costume. Portanto, desta vez acho que queimei meia dúzia de calorias. E admito que  o ter estado, pelo meio dos meus exercícios, a contemplar a equipa de pólo aquático alegremente fazendo os exercícios de aquecimento, ali ao pé da piscina, pode ter ajudado a gerar uma quantidade considerável de suor neste corpinho.

26.4.10

Insiste

Sms recebido esta manhã:

"Beijo de bom dia para uma linda menina!"

Ora bem, o remetente é o gajo do meu flirt. E quando penso nele só me ocorrem duas coisas:

1ª - Passou o dia, passou a romaria
2ª - Quem foi ao mar, perdeu o lugar

É isto, continua a insistir, depois de me ter tido ali, decidida a saltar-lhe para a espinha, os sinais todos lá, e ele a engonhar. Como tempo é coisinha que não me sobra, fui à minha vida que tenho mais que fazer. Além disso, estes "linda menina" não me caem lá muito bem, deve achar que está a lidar com uma adolescente a quem precisa de cantar o fadinho para ela lhe aceitar o namoro. E daqui retiro que o indivíduo muito provavelmente está à procura de namorada. Credo! Se lhe dou corda, está aqui está a convidar-me para o acompanhar a um baptizado para me apresentar à família. Então penso de mim para mim: faz-te de morta...

25.4.10

Pode haver

Depois de um dia de Sol maravilhoso, muito bem passado, que meteu bicicletas, praia e gelados, e depois de jantar uma partidinha de bilhar a três, o pequeno, quando o fui deitar, sai-se-me com isto:

- Oh mãe, pode haver pessoas que gostem de ti.
- Claro que há, tu não gostas de mim? E o teu irmão, não gosta de mim?
- Sim, mas pessoas grandes, pode haver pessoas grandes que gostem de ti.
- Evidentemente, a avó, o avô, o .... (o meu irmão, que eles tratam pelo nome em vez de por tio)
- Não é isso mãe, outras pessoas.
- Homens? É isso que tu queres dizer?
- Sim mãe.
- Olha lá, e tu sabes de algum?
- Não.
- Então deixa lá, eu também não.

Mas fiquei a pensar naquilo, aquela conversa, assim saída do nada,  e uns segundos depois atirei:

- E se isso acontecesse?
- Dava-lhe cá uma porrada...

Fiquei esclarecidíssima, como é bom de ver.

23.4.10

Sexy songs #3

Desconfio

Há tempos falei de quando sou burra e obediente, aqui, e de como opto por mostrar o espelho. Ainda esta semana fiz isso. As reacções que provoco quando saco do espelho e o mostro é que variam. Desta vez, por trás de uma espécie de black-out, que eu leio como: não estou para te aturar, ou: não me chateies, e respeito, desconfio que há alguma fúria. Não sei, desconfio.

22.4.10

Estado de choque

Ele: Oh mãe, com que idade é que eu posso sair?
Eu: Sair? Sair, como?
Ele: Sair... assim... à noite, com os meus amigos.
Eu: Mas sair para onde? Fazer o quê?
Ele: Assim... para conhecer... raparigas...

...

Este gajo tem 10 anos, 10 anos!!!
Estou perdida!

21.4.10

Nude

Aceito que para algumas mulheres o poder constitua um atractivo poderoso. Aceito que se sintam atraídas por homens poderosos. Nem sempre será o dinheiro a base desse poder, mas na maior parte dos casos é. E obviamente que os sinais exteriores de riqueza, num homem, são o que chama a atenção destas mulheres. Boas casas, bons carros, boas vestimentas, os lugares que frequentam, só para enumerar os factores mais óbvios. Mas aceito só por causa daquela explicação sobre o facto de estas merdas actuarem no subconsciente e acordarem aquelas outras merdas ancestrais na fêmea que procura um macho que lhe proporcione segurança às crias, etc... e tal. Acontece que depois há os homens que acenam com este tipo de coisas, porque sabem perfeitamente que há mulheres que mordem o isco, que mostrando todos esses sinais é uma alegria e é só gajas à volta deles. Têm razão, safam-se melhor assim na prática. Elas andam lá, com o cheiro. Umas legitimamente, e talvez a maioria só com a intenção de uma vidinha confortável e despreocupada, coroada por uma ideia de "status", abomino esta palavra e este conceito, proporcionado pela associação a este tipo de homens. Sempre gostava de ver estes homens nuzinhos de carros, de cartões de crédito e de griffes, a ver como se safavam. Sempre gostava de ver estes homens a jogar limpo, a valerem-se de si próprios apenas, a ver como se safavam. É que quando se me atravessam à frente, imagino-os logo nús daquelas merdas todas, e poucos são os que valem alguma coisa. Porque, quando um homem é algo mais do que só aquilo que possui não o ostenta, o que me leva a concluir que todo o espalhafato só serve para disfarçar o facto de que, uma vez despidos, estes homens ficam em nada.

20.4.10

Separadores

Fui jantar com o meu melhor amigo. Refeição excelente. Conversamos sobre as nossas vidas, como sempre. Durante o café:
Eu: Sabes, estava a pensar numa coisa enquanto comíamos.
Ele: Em quê?
Eu: Isto, que nós temos, é maravilhoso. Não tenho com mais ninguém.
Ele: O quê?
Eu: Isto, esta partilha, este disfrutar de coisas boas em conjunto, isto é tão íntimo, não achas?
Ele: Sim, claro. Mas também terás com outras pessoas.
Eu: Não tenho nada, por exemplo, isto é impensável com qualquer um dos gajos com quem eu vou para a cama, não há sintonia, não é possível.
Ele: Não podes dizer isso, um dia vais ter, não podes controlar essas coisas. Quando bater, vais ver que tens tudo isto e muito mais porque não se escolhe, não sabes o dia de amanhã, pode acontecer.
Eu: Já sei, mas com eles só vou para a cama, para isto tenho-te a ti.
Ele: Tens tudo muito bem separadinho, não há dúvida...

19.4.10

Embrulha

Continuo a ter de mastigar toda a minha revolta bem mastigadinha para que não me cause problemas no aparelho digestivo depois de a engolir, mas que mesmo assim custa a passar, e a ter de fazer apenas aquilo para que me pagam.

Obrigatório

É inútil dizer que gostaria que todas as pessoas fossem obrigadas a ler o livro "Inteligência Emocional" do Daniel Goleman, porque há pessoas que mesmo lendo esse livro e todos os outros livros do mundo sobre o tema, continuariam completamente impotentes perante elas próprias.

18.4.10

Chantagem

Ele: Tu és chata, mãe! Disseste que podíamos brincar antes de ir dormir e agora não deixas.
Eu: Eu sei filho, mas entretanto é hora de dormir. O filme já começou tarde, e depois jantamos e agora chegou a hora de dormir.
Ele: És mesmo chata mãe!
Eu: Achas mesmo que sou chata? Se eu fosse uma mãe chata não vos teria levado ao cinema. Se pensares bem até sou uma mãe fixe.
Ele: Mas o pai é muito mais fixe!
Eu: Olha que sorte! Tens uma mãe fixe e um pai muito fixe. Já viste? Estás como queres!
Ele: ...

17.4.10

Festa é quando a gente quiser

A qualquer hora, desde que apeteça, há festa cá em casa e dança-se como se não houvesse amanhã. É vê-los aos saltos, mete cantoria, mete pinchos do sofá para o chão e do chão para o sofá, passos de dança de cair para o lado, e muitas gargalhadas. Eu alinho mas não consigo acompanhá-los porque me desfaço a rir. Basta pôr isto a tocar. E garanto que toca muitas vezes, a qualquer hora do dia. Óh, está ali, alto e bom som!

Isto ia ser um comentário, mas é tão longo que mais vale ser um post

E agora já depois do tal colóquio sobre a violência no meio escolar.

Os oradores:

1) Um sociólogo, conheço-o desde pequeno, um rapaz em condições, explicou o que é o bullying e como se identifica. Já sabia.

2) Uma psicóloga, nada de novo, o diálogo e tal, mas falhou em focar pontos essenciais que tive o prazer de ser eu a trazer quando deram a palavra ao "público".

3) Um padre, o da freguesia, um gajo do caralho, professor universitário de Filosofia, e o único que pegou no touro pelos cornos, sim senhor, gostei.

4) Um dos professores do agrupamento, ok, mais ou menos. Por acaso é o coordenador do clube de xadrez do mais velho.

Ou seja, nada do que se disse ali me trouxe algo de novo, e o único que disse as grandes verdades foi o padre. Ah pois é!

E esta merda, que ninguém me foda, começa em nós pais e nas nossas responsabilidades. Eu levei uns estalos e umas palmadas quando era miúda e asneirava, não fiquei traumatizada. Hoje, se o menino bate ao colega na escola é porque vive esses problemas em casa, coitadinho, ou porque leva porrada do pai, a família vive em condições muito precárias, etc... Nem sempre, e foi o que eu disse no final, é que muitas vezes esses agressores de meia-tigela são putos mimados, de famílias financeiramente bem posicionadas, que nunca foram contrariados e que acham que podem fazer tudo o que querem e lhes apetece e que ninguém lhes faz nada. Se a escola calha de chamar os papás, ainda se riem e dizem que os filhos são os maiores. Pois eu digo que se um dia alguém me vier dizer que um dos meus filhos bateu ou de alguma forma faz mal a um colega, o gajo leva-me semelhante coça que nem sabe de que terra é, e ponho-o de castigo durante dois anos. O padre foi o único que disse, resumidamente, isto:

- a violência é própria do ser humano, há que canalizar toda essa energia de forma positiva, cabe aos pais orientar os filhos nisso;
- vocês são pais, não são colegas dos vossos filhos;
- vocês sabem mais do que eles, nem que tenham só a 4º classe;
- é vosso dever impôr respeito e ensiná-los a viver em sociedade e a respeitar o próximo;
- instrução não é sinónimo de educação.

Eu concordo com isto tudo, dê-se-lhes amor, e muito, mas amá-los também passa por dizer-lhes que não e prepará-los para lidar com as frustrações que a vida lhes trará. Não podemos ampará-los para sempre e além disso eles precisam da figura de autoridade para se sentirem seguros.

E digo mais, um par de estalos na hora certa vale mais do que qualquer psicologia.

Por exemplo, no início do primeiro período o mais velho queixou-se que um dos colegas da turma lhe mandava uns cachaços e uns empurrões no corredor. Disse-lhe, tens bom corpinho, defende-te. Mas se a coisa correr mal, diz ao miúdo que eu vou lá e que lhe parto a cara e depois vou falar com o director de turma, mas parto-lhe a cara primeiro, ouviste? Não sei bem o que o meu filho fez, mas o que é certo é que o puto nunca mais o chateou.

Estou convencida que isto do bullying é culpa dos papás. Desafio quem tem mais de 25 anos a dizer que não tinha respeitinho aos pais e que se fizesse merda não levava umas palmadas no rabo ou um par de estalos. Ai de quem faltasse ao respeito ao pai ou à mãe. É verdade ou é mentira? Este fenómeno recente deve-se à demissão dos pais do papel de educadores. A malta da minha geração, recuo mesmo uma dezena de anos, que não disponibilizando tempo para os filhos, porque trabalha muito e ai que hoje em dia o stress e mais essas merdas todas, compensa os miúdos com tudo o que eles querem e não estão para se chatear a contrariar os meninos, porque é muito mais fácil ter o puto sossegadinho a ver televisão ou a jogar playstation do que a chatear-lhes a cabeça, é a verdadeira culpada do bullying. Mas, que caralho, eu tenho uma profissão que me absorve bastante, contudo o tempo que passo com os meus filhos, que não é assim tanto quanto eu gostaria, passo-o com eles e não na mesma casa que eles, ou no mesmo espaço que eles. Quando eles têm tudo o que querem, além de não darem valor a nada, crescem convencidos que basta querer que têm, que fazem dos adultos o que querem e que podem fazer tudo o que lhes apetece sem sofrerem as consequências. Depois na escola, nada os impede de desrespeitarem tanto colegas como professores, sabem perfeitamente que os pais não vão fazer nada, porque não estão simplesmente para se chatear, porque não têm tempo ou porque até gostam da ideia do filho ser o mais forte ou o mais arruaceiro da escola.

Os meus até podem descambar e fazer asneirada da grossa, pode acontecer, mas não será por falta de acompanhamento meu, e não será seguramente por falta de um safanão sempre que o mereçam.

16.4.10

Interesse duplo

Hoje à noite há uma reunião na escola do meu filho, mas que engloba também a escola do meu outro filho. Agrupamento, é assim que se diz, um anda no 1º ano e o outro no 5º. Esta reunião é mais um colóquio sobre a violência escolar. Estarão professores, sociólogos, psicólogos e segundo soube até o padre da freguesia estará presente. A mim interessa-me muito, aliás interessa-me duplamente, é que os meus rapazes abrangem o tema em toda a sua latitude: um é dos que leva, e o outro é dos que dá. Tenho em casa ao mesmo tempo, uma potencial vítima e um potencial agressor. Convém-me saber tudo o que há para saber sobre o assunto, ou não?

15.4.10

Não consigo perceber

Há coisas que tento e que não consigo perceber. Uma delas é porque é que as pessoas não viram a página e continuam com a sua vida depois de se divorciarem. Ultrapassa-me totalmente. Se a pessoa não queria o divórcio, aceito que guarde mágoa, que prefira abster-se de contactos e que mantenha apenas as ligações estritamente necessárias quando há crianças. Sem elas, todas as ligações podem ser completamente desfeitas. Mas, quando a pessoa que quer a ruptura, a consegue e depois insiste em agressões e guerrinhas absurdas, acho estúpido. O meu pai sempre me disse que quem não está bem põe-se, por isso quando os motivos que causam infelicidade e mau-estar deixam de existir, não compreendo porque é que as pessoas a partir daí, não se concentram em procurar serem felizes e em vez disso se consomem e desgastam em lutas de finalidade para mim duvidosa. Massacram e reviram a faca na ferida do outro, e simplesmente não viram a página. Já pensei que pode ser masoquismo, continuam a torturar-se, devem gostar, ou então é mesmo só mau-carácter, sede de vingança, de castigar e fazer sofrer. Não tenho a certeza e acho que nunca hei-de ter.

Deve ser assim

Fingir que se gosta varrendo o asco para debaixo do tapete. Sorrir disfarçando a fúria no cerrar de dentes camuflado. Agir com naturalidade sentindo todos os músculos tensos de raiva. Agradar, e seduzir fazendo de conta que se gosta da companhia. Deve ser assim. Deve ser assim que as putas se sentem com os clientes. Ontem senti-me assim, com o meu cliente. Falsa e vendida. Puta.

13.4.10

Fabuloso

Stop

Estás a ter aquela sensação de que esse caminho vai dar a um lugar que sabes que não é teu?
Estás a ter aquela sensação de que se continuas vai dar merda?
Então pára.
Já.

12.4.10

"A girência agardece"

Não foste bem tu, mas de alguma forma estás ligado, quer dizer tu não, o teu blog, o outro, o antigo, à luzinha que se me acendeu e que me fez pensar de mim pra mim: que caralho, na volta fazia-te bem começares a tentar por ordem nesses cornos todos fodidos e com jeitinho se escrevesses essa merda toda que te passa pela cabeça eras gaja para atinar um bocadito. E pronto, pensei e fiz. E já vai há um ano. Atinar, atinar, não sei se atinei, mas que pelo menos a puta da merda que me passa pela cabeça começa a ter um bocadinho, pouquinho, de sentido.

Obrigada
Beijo

11.4.10

11.04.2009 - 11.04.2010

365 dias de caminho desbravado. O registo de momentos, sentimentos e pensamentos. Bons e maus. 1 ano de descobertas, de surpresas e de constatações. E isto, é apenas o início.

10.4.10

Rica vida

Bicicletas: sim
Bola: sim
Cartas: sim
Manta: sim
Almofadas: sim
Água: sim
Destino: parque

Enquanto eles deram uma boa dúzia de voltas ao parque empoleirados nas biclas deitei-me na manta e estiquei-me ao sol sem sapatilhas e sem meias, que sensação tremenda, ter os pés nús ao sol pela primeira vez este ano. Depois vieram, cheios de sede, descalçaram-se e jogamos as cartas. Fizemos o "carro" da praxe, construído por nós os três, eu no meio, o pequeno a conduzir e o grande atrás, sentados na manta em fila, com as pernas entrelaçadas na cintura uns dos outros e os braços à volta da barriga do da frente a fazer de cinto de segurança. Este "carro" arranca, faz umas curvas sinuosas e acaba sempre por capotar, umas poucas de vezes. É uma loucura este "carro". Sapatilhas calçadas e lá vão eles de novo para agora dar uns toques na bola enquanto eu me estico outra vez tipo lagarta. Mais água, uma queda que esfolou um braço, alguns berros e umas lágrimas, e sacudido o pó e a areia, foram directos para a banheira, unhas pretas de terra, bochechas rosadas e estão ali, no sofá lavadinhos e cheirosos, de barriga já composta pelo lanche à espera do prometido jantar em casa do padrinho do mais velho e do passeio a pé no centro histórico depois de jantar. Rica vida hoje, hein?

Mamã

Apesar dos meus filhos me tratarem por mãe, eu trato a minha mãe por mamã. Trato-a por tu, e chamo-lhe mamã, e muitas só "mã". Gosto de pensar que herdei algumas das suas características, e gostaria de ter herdado mais algumas, que infelizmente me escaparam completamente, perderam-se em parte incerta. Há dias falavamos de relações, de casamentos e de divórcios, de amores e por aí fora. Claro que a conversa descambou para o meu lado. E ela, triste, dizia-me que sabe que sou muito nova, e que provavelmente as "coisas vão acontecer" e que lhe custa muito essa ideia. Sosseguei-a. Expliquei-lhe que não devia pensar nisso, simplesmente porque eu não penso. Mas ela pensa, ela vê o meu irmão, divorciado também, que namora com uma mulher divorciada que tem uma filha, e olha para mim, uma mulher divorciada com dois filhos e acha que mais cedo ou mais tarde vou acabar por ter um namorado, por muito que lhe custe. Pela primeira vez disse-me que acha que não é possível amar-se alguém pela segunda vez como se amou a primeira. E que não acredita que essas relações, as segundas, resultem. Só nos casos em que não se amou verdadeiramente na primeira vez. Ah? Como? (provoquei-a) Sim, disse ela, quando não se consegue casar com a pessoa que se ama realmente, e se casa com outra pessoa. Isso acontece. (E mandou-me aquela expressão "parece que és parva") Aí, pode ser, depois encontra-se o amor e até pode ser que as coisas resultem, caso contrário a minha mãe está convencida que as pessoas saltam de relação em relação, porque o amor verdadeiro já não é possível. Sosseguei-a mais uma vez. Então pronto mamã, não tens com que te preocupar, eu já amei de verdade, já vivi isso tudo na totalidade. Por isso, não vejo no meu horizonte uma segunda relação, porque só faz sentido estar numa relação quando se ama. Sossega mamã, não penses nisso, que eu também não penso.

9.4.10

Tiny little things

Acender um cigarro com um fósforo e inalar o cheiro do tabaco misturado com o cheiro a pólvora. Magnífico.

Sweet disposition - The temper trap

Sweet disposition
Never too soon
Oh reckless abandon
Like no one's watching you

A moment, a love
A dream, a laugh
A kiss, a cry
Our rights, our wrongs

A moment, a love
A dream, a laugh
A moment, a love
A dream, a laugh

Stay there
Cause I'll be coming over
While our blood's still young
So young it runs
Won't stop till it's over
Won't stop to surrender

Songs of desperation
I play them for you

A moment, a love
A dream, a laugh
A kiss, a cry
Our rights, our wrongs

A moment, a love
A dream, a laugh
A moment, a love
A dream, a laugh

Stay there
Cause I'll be coming over
While our blood's still young
So young it runs
Won't stop till it's over
Won't stop to surrender

7.4.10

Bem feito!

Tenho de admitir que me deu um bocadinho de gozo. O pai dos meus filhos revelou-me que os miúdos comentaram, no seguimento da questão das "amigas do pai", que "tu tens amigas mas a mãe não tem amigos".

Oh, que chatice, o gajo que fez um pé de vento (isto para ser educada) por que eu tinha um amante e porque queria era que ele saísse de casa para ir viver a minha nova vida com o meu amante, que quase me partiu o focinho, nem sei como escapei, que tentou pôr o mundo todo contra mim à conta da história do amante, que foi perturbar o sossego dos meus pais com estas intrigas, o gajo que armou a puta da confusão e que decidiu, cheio de peito sair de casa porque descobriu que a mulher o enganava, descobre agora através dos filhos que a mãe não tem "amigos". Oh, que chatice. É bem feito!

A mãe tem "amigos" que não tinha antes obviamente, os filhos é que não os conhecem, porque estes "amigos" não têm importância suficiente para isso.

Mas, também tenho de admitir que na altura me chateou um bocado ter levado com a fama de ter um amante, sem tirar qualquer proveito. Mas pronto, antes confusão com a consciência tranquila do que com ela pesada.

6.4.10

Retirando o bom senso

Pele macia e toque delicado mas ao mesmo tempo decidido. Forte mas ao mesmo tempo tão doce que apetece trincar. Uma brisa agradável que percorre o corpo e arrepia, mas ao mesmo tempo um raio de sol quente que traz a vontade de fechar os olhos e espreguiçar. O silêncio que nada tem de desconfortável e a segurança de um olhar meigo. O encaixe perfeito dos corpos que leva ao cérebro a sensação de serem velhos conhecidos que se estão a reencontrar, apesar de ser a primeira vez. O abraço que sela o momento sem segundas intenções. Perfeito.

5.4.10

Proibido II

Passou-me a coisinha ruim que às vezes me chateia os miolos e lá vou eu toda poderosa so full of myself e encontro o raio do puto que parece que tem íman e vai não vai, nem embriagada estava,e meto em sentido proibido em grande velocidade. Está mal, mas está feito. Foda-se, ainda falam da TPM. Há alturas muito mais difíceis de ultrapassar sem danos colaterais. Isto de ser saudável e de ter o sistema hormonal a funcionar que nem um relógio tem o seu lado menos positivo.

3.4.10

Moods

Tenho às vezes uns achaques. Muito raramente apetece-me mimo, e quando isso acontece fecho-me em casa, quieta e sossegada, aninhada no meu ninho e espero que passe. Enquanto espero, mimo-me com isto:



2.4.10

1.4.10

Contra todas as probabilidades

Ok, não tenho qualquer dúvida. O homem atrai-me bastante. Pronto, é um facto incontornável a atracção dos corpos. Tirando isso, há o paleio, a postura e a atitude. Tem ar de rufia, gosto; tem ar de engatatão, gosto; tem sangue quente, ferve em pouca água, gosto; é confiante, gosto. Depois, em todo o discurso, apesar de ter notado um leve esforço para me impressionar, aquelas merdas normais do costume, não me impressiou nada. Contudo houve um pormenor que por iniciativa própria não foi desvendado. Perguntei-lhe directamente e respondeu-me um nadinha encabulado. Essa resposta sim, impressionou-me.