30.5.09

Constantes

A janela da minha cozinha emoldura todo um conjunto de coisas verdes. Chamo-lhes o meu jardim. E num dia de sol como hoje não há nada como acordar, fazer um café e olhar a moldura, faz-me sempre sorrir. Esta foi a principal razão pela qual me apaixonei por esta casa (é um andar, mas tem esta característica de nas traseiras ser um rés do chão enquanto na frente é um 2º andar). Passados estes anos todos, esta janela ainda me faz sorrir, principalmente em dias de sol, como hoje. E pensando nisto, tento lembrar-me das características que me fizeram apaixonar pelo homem que "expulsei" da minha vida. E lembro-me... só que ao invés da janela da minha cozinha elas já não existem. As mais importantes, pelo menos, não sei para onde foram. Sei mais ou menos quando as perdi de vista, mas não sei onde estão. Ao fim destes anos todos, não consigo arranjar uma única que me faça sorrir, como dantes. E penso também que é triste, que ao longo dos anos deixemos que se perca aquilo que nos uniu. Não tenho ilusões, todos mudamos ao longo do tempo. Só que alguns têm a sabedoria de, ao longo do caminho trabalhar a partilha (sim, dá trabalho), de conseguir encontrar outros pontos em comum, de evoluir em conjunto. Outros pelo contrário, caminham em paralelo sem se encontrarem. Partilham apenas o espaço fisico, deixando o "outro espaço" ser apenas seu. ´
Então, não havendo partilha de mais nada a não ser o espaço fisico, antes verdadeiramente só, do que fingir ter um relacionamento. Tenho de ser honesta, acima de tudo comigo própria.

28.5.09

Mulheres independentes

É comum ouvir homens dizerem que gostam de mulheres independentes. Fica-lhes muito bem. Só que eu não acredito... Vejamos:

Prós:
1)Não os chateiam porque têm vida própria. Ocupam-se com as mais variadíssimas coisas em vez de pedincharem a atenção que eles, coitadinhos têm de gerir muito bem para conseguir distribuir por todas as menos independentes que se lhes atravessam no caminho.
2)Programam e organizam fins de semana, férias ou eventos onde os incluem se eles evidentemente quiserem. Se não, vão na mesma sem cobranças nem ressentimentos.
3)São sexualmente agressivas e dominadoras, são responsáveis pelo seu próprio prazer, e não se queixam nem insistem se o parceiro não servir. Simplesmente substituem-no.
Contras:
1)"Ela não me liga nenhuma, terá perdido o interesse ou terá outro?"
2)"Ela foi na mesma sem mim, terá perdido o interesse ou terá outro?"
3)"Ela não me ligou depois da queca, terá perdido o interesse ou terá outro melhor?"

Mulheres demasiado independentes causam sempre insegurança nos homens, mesmo sendo (ou achando-se) eles independentes também. E se o homem independente encontrar a mulher igualmente independente terá encontrado a relação ideal.
Mas, será verdadeiramente uma relação? Pessoas verdadeiramente independentes não procuram nem têm relaçãoes, estar numa relação implica sempre uma certa dose de dependência.Caso contrário tudo não passa de queca. É isso que mulheres e homens independentes têm. Será que lhes basta?

27.5.09

Going nowhere




The road leads nowhere, it's all about enjoying the ride...

25.5.09

Oásis

Nesta minha travessia do deserto avisto-te ao longe e ainda não sei se és real ou apenas uma miragem, não é importante. Basta.

18.5.09

Cuspir para o ar

Não reagi.
Nada fiz a não ser observar enquanto tudo ruía de forma caótica.
Agora, sabe bem olhar para trás e pensar não fiz nada para que isto acontecesse. Sabe mesmo bem perceber toda a “porrada” que levei sem reagir está a compensar. Fui pontapeada, esmurrada, atirada ao ar, roubada e por fim atada. Apenas fechei os olhos e respirei fundo. Afinal fiz bem. O tempo encarregou-se de revelar a verdade, e como cá se fazem, cá se pagam, quem acabou por espalhar-se foi precisamente a mente ardilosa que engendrou tudo. Algures pelo caminho perdeu-se na sua própria estupidez e prepara agora um ridículo final. E eu, mais uma vez apenas observo e divirto-me com o facto de saber que não precisei fazer rigorosamente nada para este belíssimo desfecho. Só pergunto se alguma vez perceberá o quão patético é… Quanto a mim, o que não me mata torna-me mais forte.

16.5.09

Ao natural

Quero sentir o teu cheiro, não o do teu perfume. O verdadeiro, da tua pele ao natural, antes e depois do sexo. Quero sentir o sabor da tua boca, da tua saliva simples, o autêntico. O teu cheiro e o teu sabor são únicos enquanto que os perfumes e pastilhas de mentol são de toda a gente. São esses que eu quero conhecer sem camuflagem nem disfarce, são esses que eu quero guardar.

11.5.09

A doer



Se não for mais nada, esta música é honesta. De uma honestidade brutal, que dói.
Se não for a doer, não vale.

7.5.09

Contradições

Tenho vontade de fazer muitas coisas. Como algumas delas não posso fazer já, estou triste. Estou satisfeita por ter pelo menos a vontade, já estive sem vontade de fazer coisíssima nenhuma e sentia-me muito pior. Tenho medo de fazer algumas das coisas que tenho vontade de fazer, e quanto mais medo tenho dessas coisas, mais vontade tenho de as fazer - e não o inverso. Não tenho fé nas relações nem nos afectos, mas já tive. Tenho a certeza que é possível, já por lá passei. Mas também tenho a certeza que mesmo que o supérfluo sobreviva, o essencial acaba. Ainda assim, tenho fé que a fé volte. Tenho necessidade de sair de casa, mas tenho dificuldade em decidir o que fazer ou onde ir. A mais pequena coisa me parece monstruosamente difícil, mas mesmo assim preciso de sair. Programo coisinhas simples para fazer, que ao primeiro impulso me apetecem, e depois forço-me a fazê-las (o sofá chama-me sempre). Depois dou por mim a pensar que foi muito bom ter-me "arrastado". Preciso de estar sozinha, por minha conta, e quando o consigo, sinto-me só. Preciso de mimo, e não deixo que mo dêem.

5.5.09

Instantâneos

Há uns anos atrás alguém me disse que funcionamos sempre melhor quando estamos sob pressão. Isto porque damos sempre o nosso melhor para cumprir o objectivo a que nos propusemos quando sabemos que estamos na corda bamba, que o tempo está a acabar, e que não há espaço para falhas. E é verdade, pelo menos para mim.
Gosto da adrenalina, da excitação que um prazo curto exige, a atenção constante a todos os pormenores, não pode falhar nenhum deles pois compromete todos os outros. Seja em que aspecto for, profissional ou pessoal.
Quando viajo por exemplo, não gosto de fazer a mala de véspera. Se o fizer demoro 3 vezes mais tempo e decido sempre mal o conteúdo da mesma. Ou levo tralha a mais, ou a menos. Na hora acerto sempre. Nunca estudei para um exame sem ser na véspera (aqui sim, na véspera) mesmo esticando a noite até à manhã seguinte, e safei-me sempre melhor do que os que passavam uma semana inteira a marrar.
Gosto da pressão. E não gosto de quem fica aterrorizado com ela, confesso. Muito boa gente se espalha ao comprido perante a perspectiva de qualquer coisa que tenha de ser feita em menos tempos do que o normal. Atrapalham-se, bloqueiam e nem sequer conseguem raciocinar. Não são capazes de estabelecer as prioridades, de definir as fases do processo. Acabam sempre por ou fazer a coisa mal feita, ou não a conseguir fazer de todo.
Não gosto de quem não é capaz de manter o sangue frio em momentos de pressão. A falta de auto-controlo dá sempre problemas. Em vez de canalizar a energia de forma positiva deixam-se atropelar por ela e acabam espatifados no chão.

4.5.09

Stupid Girl




don't believe in love
don't believe in hate
don't believe in anything
that you can't waste