22.2.10

Esbarramentos

Como já disse, há coisas que sei, apesar de não saber explicar porque é que as sei. Mas isso é só um pormenor técnico. Sei por exemplo, que uma determinada situação do meu passado vai ter o desfecho no futuro. No presente não existe, se calhar podia existir, mas não existe porque se não reúnem as condições que eu considero necessárias para tal. Contudo sei que, um dia, essas condições se reunirão, e sei também que nada necessitarei de fazer nesse sentido. Basta apenas esperar, ou melhor, basta deixar que o tempo passe naturalmente, e um dia, não sei quando, mas um dia, aquele tipo vai atravessar-se novamente no meu caminho e que irá acontecer o que deveria ter acontecido há 15 anos. É por causa destas coisas que cada vez mais penso no que uma amiga minha me diz frequentemente. Ela está convicta que nada acontece por acaso. A vida vai em determinada direcção, conduzimo-la às vezes conscientemente, outras vezes nem tanto, mas há coisas que têm de acontecer e por muitas voltas que a vida dê, elas acabam por acontecer. Mesmo que durante muito tempo não se pense sequer nelas, mesmo que durante muito tempo por motivos vários se rejeite até a simples ideia, há decididamente situações impossíveis de contornar, mesmo não fazendo rigorosamente nada para que aconteçam. A mim pelo menos, acontecem-me, eu sei.

3 comentários:

Isa disse...

Estou com a tua amiga.
E para a ideia ser rejeitada, tem que ser primeiro contemplada. Depois o que a rejeita é a razão, acho.
Mas fica a vontade, ainda que inconsciente e é isso que leva a concretizações.
Acredito piamente que nada,mas nadinha! acontece por acaso.

jacklyn disse...

Concordo contigo, a ideia para ser rejeitada tem de existir. De resto, já rejeitei mais a ideia de que nada acontece por acaso, mas por outro lado custa-me aceitar que nós temos tão pouca influência no nosso destino. Não sei... custa-me...

Bípede Falante disse...

Não sei ao certo o que penso sobre isso. Às vezes, tenho a impressão de que nada escapa a roda da vida. Às vezes, acho que é cada um por si e que a vida não passa de mera espectadora.