25.5.11
Old fashioned
O senhor que me cumprimenta todos os dias no parque de estacionamento ao pé do escritório onde deixo o carro é muito simpático. Todos os dias, às vezes várias vezes por dia, me cumprimenta com um bom dia, ou boa tarde, minha senhora como está? Se estiver sentado levanta-se ao dizer isto através do vidro, automaticamente, instintivamente, e inclina a cabeça numa vénia quase imperceptível. Quando está cá por fora, a jardinar nos canteiros, pára o que está a fazer e vira-se na minha direcção para me saudar como deve de ser. Hoje, quando regressei do almoço e passei por ele, já a pé, em direcção ao escritório, ao dizer a boa tarde minha senhora, como está? levou a mão à boina que trazia e fez o gesto que implica a intenção de, sem de facto a levantar. Acho este homem tão maravilhoso. Ele faz mais por mim do que alguém, algum dia, jamais, possa sonhar. Eu aceito-lhe o cumprimento, retribuo-lho e sorrio-lhe. Sempre. E sem que ele desconfie, de todas as vezes, agradeço-lhe. Gosto de pensar que o cumprimento deste homem surte o mesmo efeito em todas as pessoas que ele cumprimenta, porque se assim não for é um enorme desperdício.
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2 comentários:
Estás a julgar um gesto, e se nem nas palavras se pode confiar, como confiar num gesto?
Enquanto não leres pensamentos não julgues assim tão veementemente os gestos alheios.
Mas é saudável esse teu padrao de pensamento.
Não estou a julgar, nem a confiar, nem a desconfiar. Estou a dizer que gosto do cumprimento do homem, que todos os dias me anima e me faz sorrir. As simple as that. Eu curto estas pequenas coisas que podem até parecer insignificantes, mas para mim não são. Além disso, valorizo muito mais actos do que palavras.
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