4.5.11

Surpresa

És a amante perfeita, não esperas, não exiges, não reclamas. Estás disponível, és leal e verdadeira. Aguardas secretamente pelo momento em que te desiludes e consegues finalmente acabar com tudo. Sabes perfeitamente que tens de o fazer só que não és capaz. Não acalentas falsas esperanças, mas sabes bem o que queres. Um belo dia ouves uma frase que te destrói. Essa frase retirada do contexto poderia ser a tua fagulha de esperança, a tua arma secreta, a tua luz ao fundo do túnel. Essa frase no contexto é a desgraça, é a clareza, é a ruína. Tudo o que foi, sempre soubeste que era para nada. Mas ser para nada é diferente de ser por nada. O que percebeste depois é que foi por nada. Por nada. E apesar de não ter sido intencional, foi deveras surpreendente.

2 comentários:

CB disse...

Jacklyn,
Antes a crueza da verdade irrefutável. Mesmo que doa. Os "para isto" e "por aquilo" geralmente percebem-se melhor com alguma distância. E, por vezes (digo eu), não existem mesmo, e nós é que temos a mania de que tudo tem de ter um "por" e um "para" - mas nem tudo tem de ter razão (de ser, inclusive). É um bocado mais tramado arrumar assuntos assim, é verdade. Mas lá chegarás, de certeza.

jacklyn disse...

Assim espero Princesa, assim espero :) Obrigada. Beijos.