Conheci um senhor indiano que é fantástico. Riquíssimo, fornecedor de tecidos de várias fábricas no Bangladesh com as quais trabalhei. Pensava comprar um avião a jacto daqueles pequeninos no ano seguinte. Por esta altura já o deve ter. E este homem está absolutamente convencido que o sucesso dele se deve maioritariamente, além da sua competência para o negócio, a umas determinadas regras que aqui vou revelar. Foram-me reveladas a mim e à minha colega e amiga que me acompanhou nessa viagem, numa noite muito mística. Eu não sou nada dessas coisas, não alinho nessas ideias místicas e cenas do género, custa-me, pronto. Mas tomei nota dos ensinamentos de Mr. Prashand e nunca fiz nada do que ele nos ensinou. Segundo ele, se formos rigorosos, só nos acontecem coisas boas. Portanto, quem quiser experimentar, faça favor:
As regras das cores para a roupa:
Segunda-feira – branco
Terça-feira – vermelho / tons de coral
Quarta-feira – verde
Quinta-feira – amarelo
Sexta-feira – branco / cores claras
Sábado – azul royal / azul marinho / preto
Domingo – vermelho / tons de laranja
- Nunca usar azul (qualquer azul, mesmo marinho) ou preto ao Domingo.
Claro que não é necessário que se vistam estas cores integralmente, pode ser uma peça apenas, excepto ao Domingo que estão proibidas as cores acima mencionadas.
Deixo também a regra de ouro do Sr. Prashand: (e vai em inglês)
Never abuse
Never lie
Never swear
Só digo que quanto às cores para cada dia da semana, dou cabo da lógica toda da coisa porque há simplesmente cores que não uso e ao Domingo uso frequentemente preto.
Quanto à regra de ouro, só a primeira parte é que talvez conseguisse fazer, porque a parte do mentir e praguejar, ui, é um descalabro. Minto com quantos dentes tenho no trabalho, aliás é uma arte que desenvolvi com todos os requintes, no ramo em que trabalho é fundamental. E o praguejar, bom, lamento mas não é só no trabalho. Se o Sr. Prachand soubesse dava-lhe uma coisinha.
19.7.10
15.7.10
Look
Novo look.
Vai custar-me, mas já que se muda querendo ou sem querer, premeditadamente ou de surpresa, muda-se também o visual do blogue, porque não?
Vai custar-me, mas já que se muda querendo ou sem querer, premeditadamente ou de surpresa, muda-se também o visual do blogue, porque não?
Outra coisa boa nesta merda toda
são as reacções dos meus amigos.
Uma amiga olha para mim e diz:
"É bem feita! Tens a puta da mania que nada te afecta e olha para ti, com este até tremes toda cagadinha de medo, puta de figura a tua. É bem feita!" E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Outra, corrosiva, diz:
"Achas que ele vai disistir assim? És mesmo crente. Não tarda nada o gajo aparece-te aqui à porta do escritório e nem vais saber de que terra és, é que vou gostar!" E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Um amigo, diverte-se e diz:
"Foda-se, ainda não marcaste um encontro com o gajo? Estás à espera de quê caralho? Vai lá e come o gajo, que te sai a puta da cisma. Ui, quando ele te puser a pata em cima e te disser: vamos foder, tu até desmaias." E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Apesar de tudo, tenho-me rido bastante nestes últimos dias, às gargalhadas! Uma galhofa.
Uma amiga olha para mim e diz:
"É bem feita! Tens a puta da mania que nada te afecta e olha para ti, com este até tremes toda cagadinha de medo, puta de figura a tua. É bem feita!" E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Outra, corrosiva, diz:
"Achas que ele vai disistir assim? És mesmo crente. Não tarda nada o gajo aparece-te aqui à porta do escritório e nem vais saber de que terra és, é que vou gostar!" E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Um amigo, diverte-se e diz:
"Foda-se, ainda não marcaste um encontro com o gajo? Estás à espera de quê caralho? Vai lá e come o gajo, que te sai a puta da cisma. Ui, quando ele te puser a pata em cima e te disser: vamos foder, tu até desmaias." E eu aceno com a cabeça, que sim, e rimo-nos às gargalhadas.
Apesar de tudo, tenho-me rido bastante nestes últimos dias, às gargalhadas! Uma galhofa.
14.7.10
Novidade
Nunca me encontrei numa situação destas, em que não tenho domínio. Estou a aprender. É tudo novo e vai tudo contra aquilo em que sempre acreditei. A imagem da mulher que eu achava que era está para sempre alterada. Esta mulher que reage assim não é a mulher que eu pensava que era. Esta mulher é fraca. E vaidosa. Deixou-se levar pela ideia que tinha de si própria e depois percebeu que fez merda. Foi como quem leva um estalo. Esta mulher que sou eu, mesmo que use a terceira pessoa não deixo de ser eu, mesmo que esteja a olhar para mim como se fosse outra, esta mulher que sou eu, vai aprender que não é nenhuma fortaleza, que não é a maior da rua dela. Já sei que a coisa agora acalmou, já sei, mas esta merda ainda vai dar pano para mangas, já sei que o gajo vai voltar à carga, que não lhe vou resistir, que vou acabar na cama com ele e que me vou sentir uma merda a seguir, que me vou arrepender, ou seja, vou bater com as putas das costelas no chão. Não sei porque tento enganar-me.
13.7.10
Grande parva
Passei o dia agoniada como pensava que já não pudesse ficar. Ontem meti a pata na poça e hoje o medo atormentou-me até aos ossos. Fiz tudo ao contrário do que tinha prometido a mim própria fazer, que não ia responder a qualquer contacto. Pois, mas não. Eu sabia que um dia este gajo ia aparecer-me à frente, mas perturbou-me muito mais do que eu pensava. Ontem falei mais do que devia, talvez na tentativa de obter respostas a perguntas que sempre me fiz e mais valia ter estado quieta. Ele veio. Veio rondar, veio ver, veio tentar. Armei-me em esperta e fiz de conta que era forte. Estendi-lhe a corda e ele agarrou-a com unhas e dentes. Depois fiquei cagada de medo. Não sei como mas consegui erguer um muro. Aceitou. Só que é apenas uma questão de tempo, sei-o. Mas sei que não vou conseguir defender-me quando ele resolver saltar o muro, e agora ele também sabe.
Felino
Sentiu-se nas garras de uma pantera que, elegante e segura, a encurralou. Sentiu-se impotente perante uma fera que ela não queria domar. Sentiu-se perdida naqueles braços que a apertavam ao limite da dor. Sentiu-se uma presa que percebendo-se irremediavelmente apanhada, viu nos olhos do predador que a única fuga possível seria abandonar-se ao seu destino. E a pantera, confiante, tomou a sua presa. A presa fechou os olhos e deliciou-se.
12.7.10
Alta
Tenho a informar que o raio do regime funciona! Hoje de manhã a balança marcou menos dois quilos! Só me resta render-me às evidências, comer hidratos de carbono em quantidades industriais faz perder peso. É verdade que há pequenos detalhes que temos de eliminar como molhos, álcool e açúcar, mas podemos comer compotas e manteiga no pão, carne e peixe em quantidade razoável, e empanturrarmo-nos de arroz, massa e batatas. Não é nada mau. De modos que hoje estou em alta, um fim-de-semana excelente a todos os níveis e a cereja no topo do bolo: estou mais magra. Categoria!
11.7.10
A partir do momento
em que aceitas os outros como são e não esperas deles aquilo que eles não são capazes de te dar, consegues ajustar a tua vida e a tua postura perante eles de acordo com isso, a partir daí, vives muito mais feliz.
9.7.10
Wake up
Tudo calmo, tudo em ordem. A vida rola sem pressa, sem sobressaltos, enfim. E de repente há uma pedrada no charco, algo que faz com que, nasça uma pontinha de agitação. Daquelas coisas que caem assim no nosso colo e que nos fazem pensar que afinal, quando menos se espera contecem coisas boas e nós nem fizemos nada, basta existirmos. Hoje de manhã, quando acordei e vi as horas no telemóvel reparei que tinha uma mensagem. Quando a li, fez-me precisamente este efeito, senti-me bem. Primeiro porque foi uma completa surpresa, segundo porque o remetente da mesma demonstrou possuir uma característica que me agrada muito, pode até estar cagadinho de medo, mas faz-se à vida. Adoro.
8.7.10
No tempo
em que a existência se reduzia a muito pouco, no tempo em que o coração quase não batia, em que o cansaço era soberano, no tempo em que a dor no peito era tão forte que respirar se tornava impossível, no tempo em que chorar seria um bálsamo, no tempo em que o sono era uma miragem, nesse tempo, eu ouvia isto, ouvia desesperadamente, como quem se agarra aos destroços de uma vida naufragada, para não afundar.
Despistada
Tive de dar uma série de voltas agora à hora de almoço. Várias coisas para tratar na rua, mas percursos que obrigam a andar de carro. Um calor infernal. Entra no carro, sai do carro, tudo normal. Até que chego ao sítio onde fui levantar o Cartão de Cidadão e mal sai o bilhete da maquineta com o número, o ecrã solta imediatamente aquele toque e aparece o meu número atribuido a um balcão que estava vazio. Hesitei, verifiquei o ecrã e batia certo, era mesmo aquele balcão. Fui e vem lá de não sei onde um senhor na minha direcção, quer dizer, na direcção do balcão e muito delicadamente mandou-me sentar. Muito simpático, gostei. Depois tive de passar em casa porque me esqueci de uns documentos e como queria carregar o telemóvel no multibanco mesmo por baixo não meti o carro na garagem e estacionei-o em frente ao prédio. Vou à caixa multibanco e um senhor que lá estava cedeu-me a vez, muito gentil, agradeci e tratei da minha vida e o homem lá ficou à espera. No regresso ao escritório, parei no sítio do costume, onde tomo todos os dias o pequeno-almoço, para comprar qualquer coisa para comer, e enquanto esperava que me servissem, reparei num jovem que sentado numa das mesas mais próximas me mirava de cima abaixo. Estranhei, pensei logo que grande merda devo ter a roupa suja ou qualquer coisa, e aí fez-se-me luz. Roupa... pois... raio de ideinha me deu hoje para vestir os putos calções e ainda por cima com o top que nunca deve ser conjugado com outra peça de dimensões reduzidas, mas hoje de manhã não me ocorreu e enfiei os calções e o top e aqui a gaja andou a fazer estas figuras, a mostrar demasiada carne e tão tótó que sou nem achei estranha tanta simpatia. Moral da história: dou-me mal com o calor.
7.7.10
Eficácia
O habitual é ser o grande a vir a chorar contra o pequeno. O grande é sossegado, o pequeno é atravessado. Normalmente o pequeno bate no grande, provoca-o e massacra-o. Mas às vezes, lá vem o pequeno a chorar contra o grande porque o grande, já pelos cabelos, lhe mandou um safanão que o fez, literalmente, voar. Confesso que tenho medo e ralho sempre, ao pequeno para não dar cabo da cabeça ao grande e ao grande para não magoar seriamente o pequeno. Ontem à noite, estavamos em casa dos meus pais, os grandes ainda sentados à mesa nas traseiras calmamente a tomar café, e os pequenos já na sala a ver televisão no sofá. As portas estavam todas abertas e ouvimos começar a discussão à conta do espaço ocupado por cada um no sofá. Eu olhei para os meus pais e para o meu irmão com a cara de "oh não, vai começar" e eles encolheram os ombros com a cara "vai lá impôr respeito antes que a coisa descambe". Mas, subitamente a discussão acabou, fez-se silêncio e vem o pequeno a chorar, braço estendido, o indicador a apontar em direcção à sala e ao sofá, e grita: "oh mãaaaaaaae, ele deu um peido para cima de mim!!!"
Explodimos todos a rir. Eu sei que devia ter ralhado, eles não costumam usar estas linguagens, mas juro que não consegui.
Explodimos todos a rir. Eu sei que devia ter ralhado, eles não costumam usar estas linguagens, mas juro que não consegui.
6.7.10
Quando o melhor momento do dia é à noite
Venho de lá de dentro, da zona dos quartos, como sempre faço, depois de os deitar e sento-me no sofá e acendo um cigarro. Deito-me com o mais novo e leio-lhe uma história que ele escolhe. Encanto-me sempre ao ouvi-lo ler o título, estamos a ler as fábulas de La Fontaine. Leio-lhe, apesar dele já ser capaz de ler, o primeiro ano está feito. No fim, apago a luz e ele abraça-me e dá-me muitos beijos, e não adormece sem estar encostado a mim, tem de me tocar, tem de me sentir e adormece em menos de 2 minutos. Então levanto-me e saio de mansinho em direcção ao quarto do mais velho, que está a ler a sua enciclopédia, que pode ser do corpo humano, pode ser de animais ou então de meios de transporte ou grandes construções. Hoje era sobre combóios. Quando me vê chegar fecha o livro e apaga a luz, deito-me ao lado dele e repete-se o ritual do beijo. Só um, este não é beijoqueiro, e vira-se de costas para mim pegando-me na mão e colocando-a à volta da sua cintura enquanto os pés procuram os meus. Gosta de me sentir os pés, nisso é como eu, pés com pés, também gosto. Demora mais tempo a adormecer do que o irmão, conversa sempre um bocadinho comigo no escuro em voz baixa. Fala-me do que esteve a ler em jeito de professor, e eu aprendo, e às vezes conta-me pedaços do seu dia. Depois adormece sossegado. Por muito mau que tenha sido o meu dia, por muito mal que eles se tenham portado, por muito irritada que esteja, recuso-me a que o momento deles adormecerem, aquele momento tão solitário às vezes, onde o silêncio impera dando todo o espaço aos pensamentos, não seja carregadinho de amor.
5.7.10
Parir
Não é à toa que foi destinada às fêmeas a tarefa de carregar a cria no ventre e de a parir no fim do tempo. É que a Natureza sempre soube que uma fêmea, por muito que lhe doa, por muito que lhe custe, ainda que lhe rasgue as entranhas, a fêmea faz o que tem de ser feito, e a cria vem ao mundo. Há milhares, ou milhões de anos que é assim. Porque se esta tarefa fosse confiada aos machos, na hora da verdade, fechavam as pernas e ficavam à espera que passasse. É preciso fazer? Uma mulher faz. É fodido? Uma mulher faz. Custa cumó caralho? Uma mulher faz. Onde é que ela vai buscar a força? Pois ela não sabe, mas faz. E quando uma mulher tem de parir seja lá o que for, ela sabe que é para ela, ela sabe que ninguém o vai fazer por ela. Os homens, ao invés, esperam que passe. Os homens, por norma, não fazem. Em raras excepções eles podem até fazer, mas o truque é nunca esperar deles que façam. Fica tudo muito mais simples.
3.7.10
Compra-venda-troca
Da primeira vez o meu irmão foi comigo, mas hoje tenho de ir sozinha. Vou ao stand ver um carro. Tenho de trocar a minha traineira e quero ver vários, não só porque o orçamento não é ilimitado, longe disso, como também quero alargar o leque de opções e tentar fazer a melhor escolha possível. Numa situação ideal onde não teria de preocupar-me com os numeros a escrever no papelito na hora do pagamento saberia muito bem onde ir e o que trazer para casa, contudo isso é mesmo só aquela coisa do se fosse acima e se fosse abaixo e como não há cá se fosses nenhuns e só há o que é mesmo, o que é mesmo é que os euros que há são os euros que há e ninguém me vai dar mais e são os que eu posso trocar por um carro, junto com a minha traineira que não vale quase nada, mas que há-de servir para alguma coisa. Nestes momentos rogo na pele do meu ex-marido que no final de 2003 achou que não valia a pena comprar um motor a gasóleo, e vai e compra-se uma carrinha com um motor 1.8 a gasolina, que além de beber como uma louca, agora não vale a ponta de um chavelho. E eu que me lixe agora, que sou eu que tenho de a vender. Ora merda!
2.7.10
Control freak
Pois é, control freak. Só que eu eu não pretendo controlar tudo, só a mim. É algo estranho eu ter esta mania e no entanto não ser obcecada por ter tudo planeado na minha vida. Gosto de não ter tudo sempre planeado e ir andando ao sabor do que me apetece, mas isto claro é só no que a mim diz respeito, porque no que diz respeito aos meus filhos obviamente que penso nas coisas com antecedência e planeio o que tem de ser planeado. No entanto tenho um profundo pavor a perder o controlo, por causa disso nunca na vida me embebedei a sério, páro de beber logo que começo a sentir-me tonta. Por isso nunca expludo, por isso é raríssimo seguir impulsos sem antes os tentar compreender. E se momentos há em que acho que esta minha capacidade é uma grande coisa, muito útil e que me evita de certeza muitas chatices, tenho outros em que me pergunto seriamente até que ponto não estarei a transformar-me numa pessoa completamente calculista e manipuladora, daquelas que eu não gosto. E isto leva-me ao início, a minha mania de me controlar e de ter sempre a noção das coisas, e reparo que não me dando conta, provavelmente estou a ir precisamento pelo caminho que abomino e sem ter sequer consciência disso. É ruim...
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