23.4.09

Agarra-te a mim

Agarra-te a mim, não tenhas medo
Que eu não vou ter sossego
Até saciares em mim
Esta fome de ti
Do teu corpo no meu
Do meu peito no teu
Do coração a bater
Do estremecer

E a mão a queimar
E a pele a rasgar
E o meu ventre a pedir
O que tu queres sentir
E eu em cima de ti
E tu em cima de mim
A boca querendo
Os dentes mordendo

E o fogo que vem
E nada o contém
Não importa o mundo
Só agora, este segundo
E eu subo, eu cresço
Nem sei se mereço
Já não caibo em mim
Estou fora de mim

E no olho do furacão
Que nos suga a razão
Gememos, gritamos
Explodimos, e sossegamos
Exaustos e suados
Ficamos assim, parados
E eu peço-te de repente
Agarra-te a mim, é urgente

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