5.10.10

National Geographic

Assinei a revista durante sensivelmente 3 anos, devo ter cerca de 150 exemplares. Ao fim desses 3 anos fraquejei e cedi, anulei a assinatura que na altura nem era dinheiro por aí além. Todos os meses, quando chegava a revista pelo correio era um chorrilho de comentários negativos, que aquilo era dinheiro deitado fora, que eu nem lia aquilo, que só ocupava espaço, etc... É verdade que eu não li todos os exemplares de ponta a ponta, mas li a maior parte, e da outra parte li alguns artigos. Guardei-os e ali estão, protegidos do pó e arrumadinhos para não se estragarem durante as obras. Guarda-los-ei enquanto me apetecer. Acalento secretamente a esperança que venham a ser úteis aos rapazes nalgum trabalho de escola. E se não forem, quero que se lixe, são meus e quanto mais não seja, quando chegar à reforma terei ali centenas ou milhares de páginas de informação totalmente desactualizada mas cujas fotos continuarão magníficas para me entreter. Dava-me prazer ler a National Geographic, como hoje me dá prazer ver os documentários na televisão. Pergunto-me hoje qual teria sido a reacção se em vez da National Geographic me desse para gastar os 600 paus mensais em revistas de roupas e sapatos e malas e perfumes e maquilhagem e essas cenas... Na volta o maridinho teria achado mais piada, sei lá.

2 comentários:

Isa disse...

Vais ver que sim, acharia mais piada. Quanto mais não fosse por ficar mesmo a achar que corresponderias provavalmente ao tipo de mulher que só pensa nisso e portanto fácil de manipular ou sugestionar. Impressionante esses reparos de merda quanto ao que nós fazemos! dasse, parece que foi tudo educado pela mesma mãe, caray.

jacklyn disse...

Nem duvides. Um dos maiores insultos que o gajo me fazia era perguntar com quem é que eu tinha estado a falar quando o punha em causa, porque, claro, sozinha eu não seria capaz de chegar a tais conclusões. Mas depois gostava de dizer que a mulher era muito inteligente, só para ficar "bem na fotografia". Outra coisa muito gira era quando alguém estava a falar de actrizes ou actores ou realizadores e ele dizia, ah, a minha mulher é que sabe muito dessas coisas, num tom de desprezo, achava fútil. Só que a mulher sempre gostou muito de cinema (o que é "ligeiramente" diferente) coisa que a ele, quando o ego lhe começou a inchar, lhe começou a passar ao lado.