19.10.10
Os meus lençóis.
Tenho saudades da minha cama. Mais do que qualquer coisa lá de casa, falta-me a minha cama, faltam-me os meus lençóis. Os meus lençóis são parte de mim. Na suavidade dos meus lençóis amei, na solidão dos meus lençóis chorei e na imensidão dos meus lençóis desejei. Desejei tudo o que uma mulher pode desejar, um corpo de um homem junto ao seu ou uma existência mais feliz. Forcei o descanso e escorracei memórias, reneguei o mundo todo e reconciliei-me comigo, tantas vezes. Os lençóis para onde entraram os meu filhos tantas vezes de noite, ignorando o amor feito pouco tempo antes. Quando na minha cama se deixou de fazer amor passou a fazer-me impressão que os meus filhos lá entrassem naqueles lençóis, sujos, já não havia amor. Sossegados, como anjos dormindo entre o pai e a mãe, eu olhava-os e pensava, nesta cama já não se faz amor. O pai talvez ame a mãe mas a mãe não ama o pai, aqui já não se faz amor. Os meus filhos dormiram muitas vezes numa cama cheia de pai e de mãe, mas completamente vazia de amor.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
5 comentários:
Você é amorosa. Muito :)
E por falar em você, recebi o seu e-mail. E agora acho mais ainda que você deveria tirar aquela venda!
:):) Querida Bípede. Um dia eu tiro. Prometo! Beijos.
Bom dia, Jacklyn ))
Você é do Vale do Ave, e este post até poderia ter tido com titulo Vale dos Lençois. Os seus são Sampedro ou Lameirinho? ))
Ahhh Salvador, que me fez rir! São produto aqui da terra sim senhor, os meus lençóis são Lameirinho e Coelima. Muito bons, aconselho :)
Enviar um comentário