4.10.10

Introdução

Depois da poeira assentar vê-se muito melhor. E eu, não sou diferente dos outros e é à distância que vejo melhor. Depois de ter atravessado o período de adaptação a este novo estado, depois de ter concluído e aceite tudo o que concluí e aceitei, chegou a data estipulada para o corte com o tabaco. E foi o fim da macacada, não sei que raio de mutação genética se deu em mim que me tornei numa grandessíssima chorona. Era a minha mãe a falar-me num tom um nadinha mais... assim... coiso que eu pimba, logo as lágrimas nos olhos, eram os miúdos a portarem-se um bocadinho pior e eu a ter de impôr a ordem e eu pimba, logo as lágrimas nos olhos, e era vir-me à ideia qualquer coisa que metesse um determinado indivíduo que pimba, logo as lágrimas nos olhos. Isto do choro começou há sensivelmente 4 semanas, faz amanhã. O que nunca antes me incomodou passou a fazer-me chorar como uma Maria Madalena. Se pensarmos que nunca fui de chorar, de tal forma que atravessei todo o processo de separação e divórcio e o único gajo que me fez chorar foi o meu pai, e foi uma única vez quando batemos de frente e eu lhe garanti que ele nunca mais iria ver os netos porque ele achou que proibindo-me de lá entrar em casa (na dele, que eu também considero minha) me faria mudar de ideias quanto ao divórcio, é ainda mais absurdo. Mas o que é certo é que de há 4 semanas para cá acho que já chorei mais do que em 35 anos de vida. Acho não, tenho mesmo a certeza. O giro disto tudo é que as outras merdas todas já me passaram, já aguento bem a minha mãe e os miúdos. Agora, as cenas relativas ao indivíduo, não sei porquê, mas tenho a sensação que isto está apenas a começar.

2 comentários:

grassa disse...

Como é que é aquele dito popular?
"Quem não sente não é filho de boa gente". Acho que é assim.



Os teus pais devem ser boas pessoas.

jacklyn disse...

Pois são.

O ditado é:

Quem não se sente não é filho de boa gente.