27.11.09

What goes around comes around

Ontem à noite:
"Não mãe, não te levantes, deixa-te estar, eu faço-te o chá"
O meu filho fez-me um chá, coisa insignificante para muitos, mas para mim foi um momento marcante. Foi a primeira vez desde há muitos anos que alguém fez alguma coisa por mim. Ainda por cima o meu filho. E lembrei-me de quando era miúda e a minha mãe tratava de mim quando estava doente. Venha quem vier, é um facto incontornável que só quando nos tornamos pais percebemos o que significa estar constantemente disponíveis e alerta para as necessidades dos filhos. Não importa se estamos doentes, se nos dói a cabeça ou se estamos mal dispostos, eles estão primeiro e reduzem as nossas próprias dores à insignificância. Aí relembramos todos os momentos enquanto crianças em que a nossa mãe ou o nosso pai nos trouxeram o leite à cama ou nos acarinharam durante a noite afastando os nossos pesadelos. Aí pensamos que nem por um segundo nos ocorreu que também eles poderiam sentir-se mal mas abdicaram sempre deles próprios em nosso proveito. Aí, secretamente agradecemos todos esses mimos e além do amor e dedicação que lhes temos, agarramo-nos também a essa recordação que nos traz ainda mais força para fazermos exactamente a mesma coisa pelos nossos próprios filhos. E depois os nossos filhos crescem e começam a retribuir e nós ficamos tão contentes. E pela primeira vez percebi que também eu proporcionei momentos destes à minha mãe.

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