29.3.11

Waste

É a segunda vez que sou deitada fora, ao lixo. Como um objecto que não tem utilidade, que não serve para nada e que ocupa um lugar que não possui pois esse lugar pertence a outro. Então resta só livrar-se desse objecto. Da primeira vez, esse espaço era dele, apenas dele e do seu ego. Eu, de nada servia, e o meu amor foi comigo para o caixote do lixo. Agora, o espaço é dela, e ele, não se desfaz dela, porque ela está lá há mais tempo, mas o meu amor não vai para o lixo, ao invés é cuidadosamente colocado na recliclagem e periodicamente é aproveitado, mas nunca todo, só uma parte, a que interessa, a melhor, a mais refinada. Ainda assim, não passo de desperdício, não importam os detalhes, não importam as razões nem os motivos, o desperdício sou eu.

4 comentários:

Bípede Falante disse...

Me dá o endereço dessa dela que eu vou atingí-la com o meu arco e flecha. Que raiva tenho dessa criatura que não se desintegra!

jacklyn disse...

Bípede querida, calma :):):)
Bem sabemos que ela não tem culpa de nada, ela é a única inocente nesta história toda. Ora tenta colocar-te no lugar dela, tenta...

Bípede Falante disse...

Jacklyn, no lugar dela eu já tenha saído de cena, que a pessoa tem de reconhecer quando está sobrando em vez de grudar em um homem feito um galho de árvore ou um cupinzeiro. Se ela está nesse lugar não é a toa. Não tenha pena que pena é para quem está impotente. beijinhos

jacklyn disse...

Esse raciocínio tem lógica mas não sabemos se de facto ela sente que está a sobrar. Não sabemos como ela é tratada, não sabemos que tipo de relação eles têm. Eu não sei nada disso. Por isso não posso dizer nada para além do que sei. E o que sei é que ele não a deixa. E chega-me.