15.3.11
Coragem
No fim-de-semana tive vários momentos em que pensei: e se fumasses um cigarro agora? Estás sozinha e nunca ninguém saberia. Vais ao carro e pegas nos cigarros, é fácil. Ninguém sabe. E se fosses? Mas não fui. Ontem à noite tive a mesma ideia, e também não fui. O facto é que não tenho coragem. Desde que deixei de fumar há seis meses que mantenho um maço de cigarros num compartimento do carro. E desde aí que tenho vontade de fumar, todos os dias, várias vezes por dia, mas ontem percebi que chegada a este ponto, não fumo simplesmente porque não tenho coragem de fazer o caminho de volta. Um cigarro à noite, outro na noite seguinte. Em menos de nada estaria outra vez a derreter o maço diário. Não tenho coragem. Sou fraca.
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7 comentários:
Jacklyn, que retorcida essa análise... Conseguir chamar fraqueza à determinação. Diria que combateste um vício com uma virtude, que transformas noutro vício ("vício" aqui não sendo o tabaco). Julgas a determinação ou o resistir como fraqueza, por ser falta de coragem de voltar atrás, para o que sabes que seria pior. Não, retorcido mesmo...
força lyn, estou contigo! :)
A minha fraqueza está no "tudo ou nada" que pauta quase tudo na minha vida. Não consigo o equilíbrio de fumar meia dúzia de cigarros por dia, por exemplo. Voltando a fumar é para voltar ao que fumava, que era uma maço por dia, no mínimo. Daí a fraqueza, não sou capaz de controlar, é tudo ou nada. Eu acho que esta incapacidade de atingir o meio termo é má, no meio é que está a virtude.
Jacklyn,os meios-termos podem ser ideais, em termos Aristotélicos, algo que agora não me interessa nada. Mas meios-termos, além de serem compromissos, são também como meias-tintas, coisas pardas, cinzentas, pardacentas, são coisas mornas, tépidas, insípidas, monótonas. Por vezes, são mais perigosas que os extremos. Sim, há coisas na vida, e em nós, em que temos de encontrar compromissos ou "equilíbrios" saudáveis, mas a virtude não tem de estar a meio de coisa nenhuma. A virtude está, em si, na busca desse equilíbrio. No caso, o que procuras é seres mais saudável, o compromisso (ou meio-termo, ou equilíbrio dessa equação) é não fumar nada. E custa, e sabes que se não for assim "absolutista" perdes, por isso essa luta e essa escolha têm mérito, e pronto, és uma virtuosa, não disfarces. ;)
Obrigada Princesa :) Mas continuo a pensar que se conseguisse ficar-me pelos cinco ou seis cigarros diários seria mais feliz. No entanto sei bem que não tenho outra alternativa a não ser não fumar. Tenho de viver com isso. E com a vontade de fumar :(
Viva a fraqueza!! :)
Muito bem, Jackie. Tenho admiração por ti.
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