1.3.11

Sucesso

Vou falar outra vez do Facebook e do grupo da minha escola. Não resisto. Há um tipo que foi da minha turma, era muito popular, senão o mais popular da escola. Era giro, engraçado, destemido, tudo o que um rapaz na adolescência quer ser e só muito poucos são. Além disso era simpático e falava com toda a gente, mesmo com quem não era popular como ele. De vez em quando cruzo-me com ele, ora na rua, de carro, ora no super mercado, cumprimenta-me sempre, e já o vi inclusivamente num concerto em Lisboa, grande coincidência. Mas de há uns anos para cá vejo-o triste e apagado. Houve um dia até, em que o encontrei e quando me viu sorriu e vi naquele sorriso uma característica que me era tão familiar. Vi um sorriso de socorro, de alguém que não se sentindo bem, a lembrança que eu lhe trazia, dos tempos de escola em que a vida lhe corria bem, em que era feliz, o fez sorrir como que a pedir, salva-me, tu que conheces o tempo em que eu era feliz, leva-me de novo para lá. Eu conhecia esse sorriso, era também o meu às vezes. Muitas vezes. O Facebook... pois. Vejo as fotografias dele naquele tempo e a expressão é aquela de que me lembro, a jovialidade, a irreverência e sempre aquele sorriso aberto de quem é feliz. E também no Facebook, vejo as fotografias dele hoje, tão diferentes das do antigamente, vejo-o triste, o olhar apagado, sinto sofrimento naquele rosto. Sei que vive cá na terra, sei que é casado, que tem filhos pequenos, mais novos que os meus. E sei também que não é feliz.

6 comentários:

Salvador disse...

Boa tarde, Jacklyn ))

É, o sucesso, tal como a felicidade, pode ser efémero. Num segundo, tudo muda.

jacklyn disse...

É tão verdade Salvador, não devemos tomar nada por garantido.

Pulha Garcia disse...

É por isso que eu tenho dificuldade em ver fotos antigas.

Bípede Falante disse...

Eu não sei dizer quem realmente é feliz, Jacklyn, que a felicidade deve ser um pêndulo desequilibrado e mal parafusado, porque ela não vem e fica e nem vai e não volta, ela se move, só isso. beijo

jacklyn disse...

Já eu gosto Pulha. Gosto sempre de revisitar o passado. Mesmo que o agora seja pior do que o antes.

jacklyn disse...

Bipede, eu acho que a felicidade depende sobretudo de nós, da forma como vivemos as situações e da nossa capacidade de retirar o lado bom de tudo. Porque quase tudo tem um lado bom, nós é que nem sempre o vemos. Beijos.