13.8.10

O amor

Há um homem que se casou com uma mulher, que não ama que nunca amou e de quem fez a segunda escolha, mas nunca a traiu. Ama desde sempre outra mulher que não consegue esquecer, apesar de nunca lhe ter tocado. Vive assim, resignado. A mulher dele sente-lhe o mau humor, sente-lhe a indiferença e a distância. Vive assim, resignada.

Há um homem que se casou com uma mulher, que ama profundamente, a quem dá toda a atenção quando estão juntos. Leva-a ao cinema e ao teatro, ajuda-a em tudo o que pode, esforça-se por ser o melhor marido, e trata-a muito bem. No entanto, no horário de expediente, porque pode, trai-a sempre que tem oportunidade, tem casos fugazes com variadíssimas mulheres e não consegue viver sem isso, sem a emoção da caça, sem a adrenalina. Vive assim, no limite. A mulher sente-lhe o carinho, o amor, a dedicação. Vive assim, sente-se a mulher mais amada do mundo.

Há um homem que se casou com uma mulher, diz-lhe que a ama todos os dias e nunca a traiu. Pensa basicamente nele, e não nela. Faz o que quer e não tem em conta os desejos dela. Diminui-a todos os dias, emocionalmente e intelectualmente. Diz-lhe que a ama todos os dias. Desilude-a frequentemente com comportamentos que a magoam sem sequer se dar conta disso. Desvaloriza os sentimentos dela, o amor dela. Vive assim, sem noção do que lhe faz. Ela sente-lhe a arrogância, sente-lhe a distância, sente o quanto ele se acha melhor do que ela, e sente que só está com ele porque a ele lhe convém. Vive assim, frustrada.

Conheço estes três casos de perto, e desconheço se o homem comprometido de quem falei se encaixa em algum deles, nunca saberei.

Pergunto a todas as mulheres qual destas três esposas preferiria ser.

O que conta mais? O que eles efectivamente fazem ou o que eles nos fazem sentir?

Eu já fui a terceira e não gostei, por isso, já não sou.

12 comentários:

grassa disse...

Há mais tipos de homem, jacklyn.

Isa disse...

iu áre béque!

O que nos fazem sentir. Fui ( sou) fui (sou) fui (sou) ... ainda não percebi ... a terceira.


Conheço uma mão cheia ( vá, duas, que são todas as que tenho) de gajos que não têm os tomates que tu tens.

jacklyn disse...

(Salvador, sem querer rejeitei o seu comentário, mas cá está)

Uma boa tarde, Jacklyn ))

Já tinha saudades de a ler. Essas féria foram boas? Espero que sim ... )).
Vc perguntou às Mulheres, mas respondo na mesma: Acho que o que deve contar mesmo é aquilo que se sente, e não o que efectivamente nos fazem ou o que nos fazem sentir.

jacklyn disse...

Grassa,
Pois há, e também muitos tipos de mulheres. Só que estes três, a meu ver demonstram bem que isto dos amores e das relações é muito relativo.

jacklyn disse...

Isa mai lóve,

Dos três exemplos que dei, eu fui a esposa do terceiro exemplo, e digo-te com toda a franqueza, dei por mim várias vezes naquela altura a desejar ser uma das do segundo.

Como não gostei nada de ser aquela esposa, deixei de ser.

jacklyn disse...

Olá Salvador,
As férias foram óptimas, obrigada!
É verdade que perguntei às mulheres, mas claro que os homens podem responder igualmente, visto que nas relações o dar e o receber não são unilaterais, nunca são. Mas no seguimento da sua resposta, aquilo que sentimos está sempre directamente relacionado com aquilo que recebemos, não é? Ou seja o que conta é o que nos fazem sentir, para mim conta mais do que aquilo que efectivamente fazem sem que nós saibamos. Mas claro, é só a minha opinião, formada a partir da minha experiência de vida.

Maya disse...

Hello stranger!

Olha não vou poder responder. É que nunca tive jeito para ser esposa. Voilá.

;)

[continuo a fazer um esforço para ver os teus textos, mas já descobri que é só no PC da empresa; em casa vejo-te bem]

jacklyn disse...

Maya dear,
E como é que sabes que não tens jeito, hein? ;-)

Pois... OK, na boa. Se me contasses terias de me matar, eu entendo... :D

Lamento que tenhas de fazer esforço, é por causa das cores deste look?

eu... disse...

Já fui a segunda e a terceira, à vez, com a mesma pessoa mas não na versão casada e, quando abri os olhos, não gostei.
Prefiro ser nenhuma, sinceramente...

jacklyn disse...

Eu...
Nenhuma destas situações é a ideal. Mas todas elas existem, e muitas delas resistem durante muitos anos ou mesmo toda a vida. As pessoas aguentam-se vivendo assim. Eu não aguentei. Mas destes três exemplos, qual será o pior?

Anónimo disse...

Não prefiro ser nenhuma delas!

Já fui a terceira e confesso que estremeci perante este resumo perfeito do que vivi durante 20 anos.

Também tenho 2 rapazes (20 e 17 anos), o mais velho não me fala, diz que não percebe porque é que me separei do pai.Vou-lhe enviar este parágrafo, pode ser que ele entenda...

Blan

jacklyn disse...

Blan,
Acho que o seu filho acabará por entender, mas ainda é muito jovem.
Eu estive casada 12 anos, metade dos quais foram vividos assim. Espero que esteja mais feliz agora, desejo-lhe o melhor.