23.8.09

Glow

Ela não é linda nem deslumbrante, mas sente-se bem e gosta de si como é. Não tem complexos com o corpo, é o corpo dela, com todos defeitos e marcas que nunca apagaria porque lhe lembram todos os dias a sua história. É descontraída e não gosta de merdas complicadas. Sente-se solta, livre, sem planos. Ela gosta de rir, de dançar e de apanhar sol. Gosta de conversar, gosta de conviver. Também gosta de estar sozinha, de não fazer nada, de se atirar para cima do sofá e de não ligar nenhuma à televisão. Gosta de provocar, mesmo sabendo que a maioria das vezes não provoca nada, não lhe interessa muito. Ela não se preocupa com o efeito que causa nos outros. Ela deseja, ela vibra e treme por dentro, incondicionalmente. Ela persegue o que quer. Só porque sim. Só porque se tinha esquecido há muito tempo do que é vibrar. Lembrou-se agora, e sabe muito bem o que a faz agora vibrar. O que a estimula, excita e acende. E retira o melhor disso, retira o seu prazer pessoal de tudo o que sente. O seu. O dela. É egoista, ela sabe. E tudo isto se vê: "Minha filha, tu agora parece que brilhas!" disse-me a minha tia de 80 anos no outro dia.

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