18.9.14

Sede da alma

"Tinha imaginado o amor como um êxtase de tal maneira arrebatador que todo o mundo se transformasse em Primavera. Tinha ansiado por uma felicidade extasiante. Mas isto não era felicidade, era uma sede da alma, um anseio doloroso, uma angustia amarga que não sabia existir. Tentou descobrir o momento em que começou. Não conseguiu. Só se lembrava que, de cada vez que entrava na casa de chá, depois das primeiras duas ou três vezes, sentia um aperto que lhe fazia doer o coração. E lembrou-se que quando ela falava com ele, ele ficava estranhamente sem respiração. Quando ela se ia embora era pura infelicidade, e quando a via novamente era puro desespero."

Somerset Maugham em "Servidão humana"

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