22.6.11

Podre

Ontem um amigo fez-me pensar no motivo do meu desconforto relativamente aos acontecimentos recentes e à consequente análise que se me afigurava difícil. Há sensivelmente um ano eu quebrei e a seguir apodreci. Tenho vivido estes tempos com um profundo desgosto dentro de mim e fechei-me ao mundo e aos homens. Antes era a predadora e marcava os alvos mas este tempo todo, propositadamente, escondi-me no conforto da invisibilidade. É-me infinitamente mais fácil recolher-me dentro de mim própria do que enfrentar o mundo, porque quando olho para fora vejo-me, o que invariavelmente me dói. Agora, de repente senti-me a presa, e ao invés do jogo do ataque, encontro-me a jogar à defesa. Fui apanhada de surpresa. Não consigo perceber se é bom ou mau sinal, se o amor que me destrói está a abandonar-me e eu estou, sem sequer o ter percebido a expor-me de novo à vida como um rebento num tronco seco, ou se estou a expor o flanco à dentada que me vai, finalmente, matar.

2 comentários:

cs disse...

deixe correr. Deixe que a vida venha ter consigo. Fluindo ...

Nem sempre se controla e mesmo assim pode ser bom. Tenho a certeza :))

jacklyn disse...

É difícil perceber, mas também não há muito que eu possa fazer... Vamos ver.