6.6.11

Diminuir

Se a mulher que eu era há um ano atrás e a mulher que sou hoje se encontrassem e se sentassem calmamente para tentar conversar teriam bastante dificuldade em encontrar pontos em comum, naquilo que interessa pelo menos, que é o carácter. Nunca poderiam ser amigas, acho até que dando-lhes tempo suficiente, iriam acabar por detestar-se.

6 comentários:

Junkie Jones disse...

Que mal Jaquelina, as pessoas no essencial não mudam assim tanto.

Podem alterar-se algumas nuances, mas coisas como o carácter, ou a natureza, não mudam.

Podia contar-te a historia do escorpião e da tartaruga, mas estou com preguiça, e tu se calhar até já a conheces.

jacklyn disse...

Mas digo-te que mudam, mesmo que digam que não, mesmo que sintam que não. Como já um dia te disse, os actos valem mais do que as palavras, tanto para os outros como para mim.

Junkie Jones disse...

Parece-te, mas acabarás por me dar razão.

Quanto aos actos e palavras, estamos de acordo-

Bípede Falante disse...

Me sinto dentro desse mesmo vestido, achado que o do ano passado não me cabe.
Você escreve muito bem. Muito.
Beijos.

Junkie Jones disse...

Uma ave pode ser considerada bípede ?

CB disse...

Jacklyn,
Todos passamos por isso. Não somos estanques - crescemos, transformamo-nos. Profundamente, sim. Mas acho que essas duas mulheres reconheceriam traços de si próprias uma na outra. Talvez se detestasse, sim. A de há um ano porque veria na outra uma versão melhorada de si. Esta de agora, talvez, porque veria na anterior a raíz do que ainda tem para crescer, para se transformar em ainda mais outra mulher, daqui a um ano, ou dez, ou trinta. Nós não somos os mesmos para sempre, felizmente, mas somos produto de tudo o que fomos - felizmente, também. E acredito que, com tempo, todos os eus que somos a cada momento têm de perdoar os que fomos e aceitar crescer para os que seremos. Sempre melhores. :)