30.5.09

Constantes

A janela da minha cozinha emoldura todo um conjunto de coisas verdes. Chamo-lhes o meu jardim. E num dia de sol como hoje não há nada como acordar, fazer um café e olhar a moldura, faz-me sempre sorrir. Esta foi a principal razão pela qual me apaixonei por esta casa (é um andar, mas tem esta característica de nas traseiras ser um rés do chão enquanto na frente é um 2º andar). Passados estes anos todos, esta janela ainda me faz sorrir, principalmente em dias de sol, como hoje. E pensando nisto, tento lembrar-me das características que me fizeram apaixonar pelo homem que "expulsei" da minha vida. E lembro-me... só que ao invés da janela da minha cozinha elas já não existem. As mais importantes, pelo menos, não sei para onde foram. Sei mais ou menos quando as perdi de vista, mas não sei onde estão. Ao fim destes anos todos, não consigo arranjar uma única que me faça sorrir, como dantes. E penso também que é triste, que ao longo dos anos deixemos que se perca aquilo que nos uniu. Não tenho ilusões, todos mudamos ao longo do tempo. Só que alguns têm a sabedoria de, ao longo do caminho trabalhar a partilha (sim, dá trabalho), de conseguir encontrar outros pontos em comum, de evoluir em conjunto. Outros pelo contrário, caminham em paralelo sem se encontrarem. Partilham apenas o espaço fisico, deixando o "outro espaço" ser apenas seu. ´
Então, não havendo partilha de mais nada a não ser o espaço fisico, antes verdadeiramente só, do que fingir ter um relacionamento. Tenho de ser honesta, acima de tudo comigo própria.

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