24.1.11

Zen

Não ando em mim ultimamente. É um pensamento altamente reconfortante pois este não ando em mim dá-me pano para mangas. Como não ando em mim, não posso ser responsabilizada pelos meus actos. Ou pela falta deles, e aqui, nesta falta de acção, é que reside o grande problema. Em condições normais, eu já teria feito qualquer coisa, já teria tomado uma decisão, como já fiz antes, mas não. Deixo-me estar, deixo-me andar. Ele telefona-me e eu atendo, ele manda-me mensagens e eu respondo. Diz-me que me ama e eu acredito. Estou apenas a uns milímetros de me tornar oficialmente amante de um homem casado. E nada, estou meia burra, ou melhor estou completamente burra. Isto vai contra tudo o que eu acho certo, no entanto nada faço para parar. Eu devia era parar de tomar os filhos da puta dos comprimidos que me emburreceram, era o que eu devia fazer. O médico diz-me que estou deprimida, que tenho de tomar anti-depressivos, e eu tomo. E eu atendo, e eu respondo, e eu acredito. Depois pergunto-me, onde, quando, como, o que foi que me destruiu? Em que momento quebrei? O que me vergou? O amor ou o anti-depressivo? Burra.

5 comentários:

Bípede Falante disse...

Eu com a minha bipedice acho que você está apenas sofrendo de uma crise de culpa cristã por gostar de alguém que aparentemente se compremoteu com outra pessoa antes de perceber que havia você. Se fosse eu, e eu sei que não é fácil, eu arrebentava com esse rosário e me presenteava com um colar de pérolas para impressionar o meu homem e ser feliz, que esse homem já é seu, e a gente tá careca de saber! :)
beijo.

Isa disse...

Exactamente, sem tirar nem pôr, aquilo que a Bípede disse.

grassa disse...

Nunca resumam a vida a uma equação de primeiro grau.

É meio caminho andado para falhar redondamente no resultado.

Nawita disse...

até que ponto é que queres ser a outra? a amante. durante quanto tempo é que vais sentir-te satisfeita com esse papel?

Pelas informações, poucas, que tenho lido, não creio que sejas mulher para isso. Tenho reparado, desde que este homem fez a sua aparência na tua vida, que te debates entre o que desejas e aquilo em que tu acreditas ser o correcto.

Todos nós temos os nossos valores, aqueles dos quais não abdicamos e que fazem parte de nós durante toda a vida e durante o nosso crescimento pessoal. São esses que te torturam, não é?
Também não conheço muitos homens que deixem as mulheres para ficarem com a amante.

Pensa primeiro em ti, no que é bom para ti, no que não queres para ti,nas consequencias das tuas escolhas e se as queres assumir, o resto vem depois.

Já deu para ver que és uma mulher de armas, vais resolver isto.

Bípede Falante disse...

Eu não sei como as coisas são aí em Portugal, mas aqui no Brasil tem um monte de gente que pega e leva, leva mesmo, leva sem dó. E não tem regra nem para um lado nem para outro. Qualquer coisa pode dar certo ou errado, começando por um casamento com véu e grinalda trocado por toneladas de lenços e lágrimas. Entãk, Jack, vá aonde o seu coração mandar! beijo.