16.4.10

Interesse duplo

Hoje à noite há uma reunião na escola do meu filho, mas que engloba também a escola do meu outro filho. Agrupamento, é assim que se diz, um anda no 1º ano e o outro no 5º. Esta reunião é mais um colóquio sobre a violência escolar. Estarão professores, sociólogos, psicólogos e segundo soube até o padre da freguesia estará presente. A mim interessa-me muito, aliás interessa-me duplamente, é que os meus rapazes abrangem o tema em toda a sua latitude: um é dos que leva, e o outro é dos que dá. Tenho em casa ao mesmo tempo, uma potencial vítima e um potencial agressor. Convém-me saber tudo o que há para saber sobre o assunto, ou não?

9 comentários:

PWFH disse...

Existem dois pontos de vista distintos:

- Eles que se associem; o que leva pode servir de chamariz para que o outro possa vazer mais vezes o gosto ao punho.

- Ou espera que cresçam e deixas andar porque normalmente os papeis tendem a inverter-se com a idade.
Um fica farto de levar, cresce, revolta-se e afiambra tudo o que lhe atravessa no caminho (experiência por mim comprovada). O outro, acha-se o "rei" daquela merda toda, até que muda de escola passa para o lado dos mais novos e mais fracos e obtem uma nova experiência de vida que também não lhe fará mal nenhum.

Hummmmm, não sei se selhei o melhor dos concelheiros, mas aqui ficam duas possibilidade... mais ou menos viáveis!

jacklyn disse...

Ora aí está um bom ponto de vista.

Seria bom que com a idade eles mudassem, porque embora eu ficasse muito satisfeita se o mais velho saísse da casca e se o mais novo levasse um bocado nas orelhas, desconfio que será difícil isso acontecer. Mas vou cruzar os dedos :-)

Agora, eles "associam-se" muitas vezes mas é à porrada um com o outro. O que dá é o mais novo, e o que leva é o mais velho. O grande problema é que o mais velho leva, leva, leva, até que se enerva e explode, e aí, o mais novo até voa.

Nada monótona a minha vida, portanto.

Bípede Falante disse...

Claro que sim. A escola dos nossos filhos deve ser uma prioridade na educação deles. Devemos saber tudo e mais um pouco de como eles pensam e agem lá. Eu não perco uma reunião. Às vezes, elas são um pouco banais. Mas em outras muito produtivas.

jacklyn disse...

Há de facto reuniões que não levam a nada querida Bípede. Eu faço parte da Associação de Pais e há alturas em que só me apetece bater em certos pais. Mas é fundamental estarmos presentes e acompanharmos de bem perto tudo o que envolve os nossos filhos.

grassa disse...

Em minha casa, um dia, só haverá de um tipo: os que levam.

jacklyn disse...

Só se for de ti. É que nessa perspectiva, os meus também são os dois dos que levam. Lol.

Isa disse...

Estou ali com o PW.

Sociólogos, psicólogos e o caraças são normalmente criaturas (eu disse normalmente) que à falta de médias para outros cursos optaram pela arte de observar o que toda a gente vê e depois traduzir o óbvio em tiradas bonitas, cheias de palavras, não que as tenham aprendido sózinhos, saíram da faculdade com aquilo gravado nas tolas e às vezes, vá, há um ou outro que num acto heróico de sobressair ao average inventa um termo novo para designar constatações antigas. Depois sugerem soluções, habitualmente impraticáveis no mundo em que vivemos, deixando assim os pais um bocadinho mais confusos o que os leva invariávelmente, aos pais, a procurarem um outro psicólogo para os ajudar nas dúvidas que o outro colega resolveu implantar-lhes nos pobres cérebros.

E provo: a filha de uma amiga minha andou estúpidamente em mais de 1 ano de terapia da fala (?) porque como não tinha boas notas na 1ª classe(?) acharam a professora e a psicóloga que a criatura além de burra não se sabia expressar. Uma incongruência já que a petiz ao pé de mim, por exemplo, se expressava lindamente e de acordo com a idade dela, ou mais! É claro que à parva da mãe não lhe ocorreu que se a miúda entupia nas aulas era porque a professora que era óptima para dar aulas aos mais crescidos e péssima aos mais pequenos ( porque isto não é só ser professor, há que perceber a faixa etária a quem se está a leccionar) além de lhe pôr caras tristes - uma invenção dos psicólogos - quando os trabalhos não estavam correctos, ainda lhe chamava a atenção à frente da turma toda, como se estivesse a falar com um miúdo do 5º ano que já tem estofo para isso. Ora a criatura pobrezinha sentia-se humulhada, envergonhada e pimbas ...dali não saía nada. Um ano e muitas centenas de euros depois, a puta da professora foi despedida, mas não por este caso.

Por este caso fui eu "marcada" na escola que é a mesma onde andam as minhas filhas e a psicóloga não me fala até hoje.

Nem sei porquê, eu só chamava nomes à minha amiga ...

Isa disse...

Epá, o comentário mais longo da minha vida de blogger e nem sequer falei do padre!

jacklyn disse...

Isa, longo e bom!!!
Concordo contigo, para se ser professor é preciso ter vocação e não enveredar pela carreira como último recurso para rentabilizar um qualquer curso superior.

Não falaste do padre, mas vou falar eu, de um que me impressionou bastante bem, no próximo post.

Quanto aos psicólogos, nós sabemos muito mais sobre estas coisas do que muitos deles, é um facto. Infelizmente.