16.3.10

Standards

Os meus filhos são rapazes completamente diferentes, tanto fisicamente como em todas as outras características, enfim, não podiam ser mais diferentes e há coisas até em que eu diria que são opostos. Cada um com a sua personalidade, a sua sensibilidade, a sua abordagem à vida muito particular,e eu, no meio deles, por baixo, por cima, de lado, à volta, tentado o melhor que sei e posso, apoiá-los, guiá-los, protegê-los, educá-los, ensiná-los. Não tenho preferência por nenhum deles, amo-os profundamente de forma igual. Um dia eles perguntaram-me de qual gostava mais e eu respondi que se me cortassem a perna esquerda eu ficaria coxa, e se me cortassem a perna direita ficaria coxa também. Duas pernas, e ambas igualmente necessárias. Foi assim que expliquei, acho que entenderam. Procuro orientá-los, mas tento aceitá-los como são. Não quero forçá-los a serem o que não são, contudo sei que precisam de mim para lhe mostrar e ensinar o caminho. Quero que sejam felizes, mas também gostava que escolhessesm uma profissão que lhes proporcionasse alguma estabilidade. O que eu quero mesmo, é que se transformem em homens sérios, honestos, que gostem do que quer que seja que façam, que sejam equilibrados e emocionalmente bem sucedidos. Isso, para mim é mais importante do que ter muito dinheiro, ter carros desportivos ou casas com piscina. Quero que sejam capazes de amar uma mulher, ou um homem, tanto me faz e que respeitem a ou o companheiro. Quero que sejam capazes de olhar os mais velhos com carinho e quero que sejam capazes de transmitir coisas boas aos filhos, se os vierem a ter. Quero que tenham a capacidade de se divertirem e de se rirem mesmo nos momentos mais adversos. Quero que sejam optimistas e que olhem para a vida de frente, sem medos, e com um sorriso. É isto que eu quero para os meus filhos.

O pai deles ontem fez-me sentir uma merda, porque durante o fim-de-semana não obriguei o rapaz a estudar para o teste de História que tem hoje. "estou muito desiludido" disse-me. Hoje, penso nisto tudo e não voltarei a sentir-me uma merda com os reparos do pai deles. O rapaz deveria ser o melhor aluno da turma, segundo os standards do pai. Lamento, não concordo. O rapaz tem de dar o seu melhor. Se for o melhor aluno da turma, óptimo. Se não for, não vou ficar desiludida. Não vou.

4 comentários:

Isa disse...

Subscrevo tudo e acho que fazes muito bem.

Essa mania que os filhos têm que ser os melhores e que têm, têm, têm, têm!
eles têm é que descobrir quem são e dar o melhor deles e tudo a seu tempo.

jacklyn disse...

Contudo às vezes batem umas dúvidas, apesar de acreditar nisto. É ruim... e não há manuais, não é? :)

Isa disse...

Quando começarem as tuas dúvidas, olha bem para eles que eles te vão ensinar como fazer. Porque são eles que nos ensinam, sabes? enquanto a tua cria calçar as tuas botas e te fizer rir à gargalhada, Jacklyn ... é porque está tudo bem com eles e contigo.
São momentos, um momento de cada vez.

Tenho para mim que não há curso nenhum tirado nem que seja na melhor escola do mundo que valha um único glimpse de auto confiança e auto estima no olhar de um rodas curtas e havendo isso, há carácter.
O resto vem por acréscimo, só pode.

Digo-te eu que por exemplo tenho uma das minhas a estudar numa escola muito cócó lá nas estranjas e que já me fez rebentar de orgulho quando se dirigiu às altas esferas lá da instituição de dedo apontado ao nariz de um deles e em defesa de uma colega que por razões económicas ia ser obrigada a deixar a escola, embora fosse uma excelente aluna.

Defendeu-a, perdeu claro, mas abandonou a sala a chamar-lhes pobres de espírito e a frase das frases, ó Jacklyn! "Deus queira que um filho seu nunca se veja nesta situação e que nunca seja avaliado pelos seus princípios, meu senhor!"

Posso? FODA-SE!


(... tou lamechas e com xaudade dela ...)

jacklyn disse...

Obrigada Isa, palavras preciosas as tuas :):):)
Quanto à tua cria, os meus parabéns, podes mesmo rebentar de orgulho. E aqui, podes dizer tudo o que tu quiseres, sempre que te apetecer. Beijo muito grande.