4.3.10

Cavaleiro andante

Acabo de receber uma informação que não posso dizer que me choca mas, que me intriga. Nem sei se intrigar é sequer a palavra correcta. Pouco depois de ter tido "aquela" conversa com o meu marido fiquei a saber que a irmã dele estava a ter problemas no casamento também. Golpe duro para os pais dele, e ele pediu-me para que não revelássemos os nossos de imediato, para os poupar. Aceitei. Os ecos que me foram chegando do outro lado foram que ela teria um caso com alguém que trabalhava com ela, esse alguém estava devidamente identificado e que ela estava a forçar o divórcio. Drama gigantesco naquela família. Ora, quando começa o circo para o meu lado, achei que em parte toda a confusão na cabeça dele teria sido em parte por sugestão, ou seja, ele teria transportado a cena da irmã para mim. A outra parte atribuí ao grandessíssimo golpe no ego que preferiu atribuir a ruptura a uma terceira pessoa do que admitir o falhanço pessoal. Quando tudo acalmou, cheguei à conclusão que a irmã não deveria ter caso algum porque como eu passei por ter um amante sem ter, ela padeceu do mesmo. Aqui reside o que me intriga. Acabo de ser informada que a irmã já comprou casa juntamente com o namorado novo, que é nada mais nada menos o fulano com quem "supostamente" tinha um caso. Espero que lhes corra tudo bem. Mas tendo estes acontecimentos tido lugar há menos de um ano, e não estando a julgar atitudes ou posturas, fazem-me imensa impressão estas cenas de trocar um homem por outro. Tenho para mim que estas decisões são sempre alicerçadas em areias movediças. O homem que se acha que é o cavaleiro andante que vem salvar a donzela nunca é o que parece ser. Quando se está numa relação que não é satisfatória, os olhos estão turvos e não enxergam devidamente. O tempo acabará por mostrá-lo tal como ele é e chega-se à conclusão que não se pensou lá muito bem. Não quer dizer que se volte atrás e que se queira o homem que se deixou, apenas penso que não se consegue ter bem a noção da realidade relativamente ao homem seguinte. Mas isto sou eu. A que na fotografia ficou como a mulher que o marido deixou porque descobriu que ela tinha um amante, a que queria despachar o marido para ir viver com o amante mas o marido foi mais esperto e descobriu, e antes que ela o deixasse, deixou-a ele. Até hoje haverá gente admirada por me ver sozinha, mas onde é que está o amante? Amante não tenho, não tive. Homens, há-os e eu vejo-os muito bem pois nada me turva a visão e também ninguém me vem salvar, não preciso, obrigada. E se um dia escolher alguém será, para o bem e para o mal, com total consciência do que estou a fazer.

6 comentários:

Nawita disse...

Ai Jacklyn penso exactamente como tu.
Quando acabamos uma relação devemos sempre tirar tempo para nós, para nos mimarmos e não nos perdermos de vista. Sim não é só pensar no que correu mal. Depois de tudo analisado, compreendido e perdoado é deixar para trás onde o passado pertence e seguir em frente.
Quanto ao não conseguirmos ver o outro como ele é, por estarmos a olhar para ele como o “salvador”, também concordo. Mas acho que em alguns casos é possível dois seres descobrirem que pertencem um ao outro, estão é casados com a pessoa errada. Embora me faça confusão o facto de não haver um intervalo entre as relações, já vi casos em que resulta. Cada caso é um caso, não é?

jacklyn disse...

Sim, cada caso é um caso, e cada um sabe de si. Se resultar, óptimo. Mas eu também conheço casos em que foi um desatre. São opiniões, ou maneiras de ser diferentes.

Isa disse...

Boa exposição de ideias! Cá bem me parecia que havia de gostar de ti e não seria só pelo sentido de humor ou frontalidade.

Os homens que nos arranjam amantes, como se fosse impossível deixarmos de gostar deles só porque sim, só por eles ou por nós, como se não tivessem a responsabilidade de nada " não é possível! mas eu sou tão bom!!! tem que haver outro, tem que haver!" ou a noção que mulher casada e mal amada ( sim, mal amada, que não é amada como merece ser) tem que necessáriamente ir a correr para os braços d'outro para que a amem como deve de ser. Ela é mal amada por ele, não por ela!ela ama-se, por isso percebe o desamor, porra! ai, enervei-me...

Isto tudo sem condenações a quem supostamente substitui um por outro.Há que perceber quando um foi deposto e posto o outro. Às vezes entre um acontecimento e outro há um interregno suficientemente longo e não necessáriamente perceptível a terceiros.Outras vezes não. O importante é que se por mudanças se clama, mudanças se façam.

Falei.

jacklyn disse...

E falaste muito bem! As usual :)
E "mai nada"!

Nawita disse...

Caramba! Assino por baixo ó Isa!

Bípede Falante disse...

Acho que a regra é o desastre. Mas conheço gente que prova o contrário. Tomara que dê tudo certo. Se não der, o mundo gira e a fila anda.