31.3.14

Medo

Ainda ontem tinha três anos e já vai esta semana a Barcelona, em viagem de finalistas do 9º ano. Quatro dias de dor de barriga para mim, mas eu aguento. O que eu quero é que não lhe doa nada a ele, que seja só gozo, deslumbramento, e muito juizinho naquela cabeça.

27.3.14

Diz

...que já sabe tudo sobre mim. Que sabe tudo o que precisava de saber sobre mim. Que sou livre. E que agora far-me-á a corte....

20.3.14

Brincamos

O meu professor de Literatura Portuguesa faz de conta que está apaixonado por mim. E eu, além de fazer de conta que não percebo que ele está a fazer de conta, faço de conta que acredito.

6.3.14

Bruta



Eu ali a ouvi-lo e a sentir-me cada vez mais pequena. Cada vez mais ignorante. Cada vez mais bruta. Ouvia o fascínio, a admiração. Ouvia as explicações, as interpretações. Ouvia tudo e não sentia nada. Mas sentia. Sentia uma inesperada mistura da recusa que cultivei estes anos todos, com uma curiosidade medrosa e quase infantil pela obra que sempre me intimidou. Nunca quis ler aquele homem com medo de sem querer lhe roubar as palavras e de sem saber querer fazê-las minhas, levada pela vaidade e pela soberba, que quando se me mostram me envergonham e me fazem sentir pequena, ignorante e bruta.