19.9.12
Benção
Depois de várias alterações ao horário, este primeiro semestre vislumbra-se menos difícil do que o anterior, mas ainda assim três noites por semana os moços terão de dormir nos avós. Na cabeça da minha mãe isto é terrível porque e se depois eles têm dúvidas nos trabalhos de casa e eu não consigo ajuda-los? Ao que eu respondo, tentando sossega-la, que num desses três dias da semana só tenho aulas às oito o que me permite ir a casa deles depois do trabalho, ver os trabalhos dos rapazes antes das aulas. Serão só dois dias em que eles têm de fazer os trabalhos sem ninguém para acudir às dúvidas e nesses dias farão como os outros e colocarão as dúvidas aos professores no dia seguinte. Mas não sei, continua ela, eles vão ter saudades, e eu é que sei porque eu é que os deito e eles dizem-me, não sempre, mas às vezes, que têm muitas saudades da mãe. Eu sei mamã, eu sei, e isto corta-me o coração também a mim. Só que o meu pai, mediante as choraminguices de mãe e de avó, eu já a considerar deixar mais uma cadeira para exame e libertar outra noite da semana, insurge-se e pergunta por que raio haveria eu de deixar de ir a essa aula, porque os rapazes ficam bem e ela fez tudo este ano que passou, não fez? Fiz, papá, fiz. Então que faça igual agora neste que dos moços cuidamos nós e se vai fazer o esforço, que aproveite o mais possível para acabar o mais depressa possível. E eu fico a vê-los aos dois, a minha mãe e o meu pai, assim a decidirem a minha vida como se eu nem lá estivesse, a discutirem e a organizarem as vidas, a deles, a minha e a dos meus filhos, sempre pelo melhor, sempre sem pensar nos próprios sacrifícios. E eu fico a vê-los aos dois, a minha mãe e o meu pai, e penso, que sorte que eu tenho.
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2 comentários:
Jacklyn,
Tenho tido de ausentar-me do país algumas vezes e deixo o meu filho com os meus pais, sempre que possível. E também vou voltar à escola em Janeiro (ainda nem acredito por vezes), o que obrigará a outro ritmo ausências, embora com menos viagens. Percebo tão bem esse coração partido com o relato das saudades que os nossos pequenotes expressam... Parte-nos mesmo o coração, mas também é por eles que vamos, não é? E que sorte tens! Seria muito bom ter esse apoios assim tão genuinos e altruistas e não ter de andar a "negociá-los", acredita.
Beijo e muita força para mais um ano com sucesso! :)
Princesa
Beijo para ti também! E muita força que a coisa não é fácil, mas por outro lado faz-nos sentir tão bem :):)
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