28.10.11

Power camp #3

Peso ainda não perdi, mas barriga e rabo estão a diminuir, já se nota. Ontem fiquei desiludida porque achei que ia correr e rebolar na erva à chuva. Lama também não havia que o treinador quis ser simpático e levou-nos para uma parte do campo longe de qualquer lamaçal, tive pena. Mas foi bom, a pele a queimar, os músculos a doer, o coração a rebentar no peito e a erva húmida no corpo é sem dúvida, uma sensação excelente. Amanhã há mais.

26.10.11

Nunca pensei

Choca-me a necessidade que algumas pessoas sentem de magoar, o tempo que gastam a construir raciocínios e formas subtis de atingir o epicentro da fragilidade, não é para todos. Choca-me mais até do que me dói.

19.10.11

Física

Se acariciar os lábios com a língua durante algum tempo consigo sentir o sabor da tua boca na minha, como às vezes ao tocar inadvertidamente na minha pele sinto o toque quente dos teus dedos, ou como quando de manhã ao acordar me viro na cama e sinto o teu cheiro nos lençóis, sim, o meu corpo ainda é o teu.

18.10.11

Jardim

Eram uns oito ou nove, jovens e giros ali a tostar ao sol. Encaixavam as pedrinhas brancas e as pretas no desenho pré-definido. Estão a acabar de calcetar o jardim ali no centro. Tão engraçados com os coletes amarelos e os capacetes. Juro que me apeteceu abrandar, meter a cabeça de fora do carro e atirar um grandessíssimo piropo, daqueles que normalmente se esperaria que fossem eles a mandar às moças. Não tive coragem, mas abrandei e ao passar olhei para eles e sorri. Eles sorriram-me de volta, que bom.

17.10.11

Power camp #2

Já fiz três aulas e já não me dói tudo. Dói-me quase tudo.

13.10.11

Tudo bons rapazes

O Bita deve ter mais uns dez anos do que eu. Vive com a mãe e com o irmão mais novo, o pai morreu há poucos anos. É o mais velho de seis irmãos, todos rapazes, e um deles morreu de acidente de carro também há uns anos. O Bita é um tipo que está sempre bem disposto, trabalha há anos para o mesmo patrão e tem uma adoração tremenda pela mãe e pelos irmãos. Fez-me chorar quando no enterro do pai gritou ao irmão já ido há muito, Zé, toma conta do nosso pai! Faz-me sorrir sempre que fala comigo, estás boa rapariga? Tudo bem Bita, e tu? Tudo em ordem, até logo. A mãe diz que o meu Vítor é a alma da casa, que sempre foi. Foi o primeiro filho, e teve problemas em pequeno, e por isso é que ficou assim, nunca deu nada na escola, tem problemas de cabeça, diz a mãe. Mas todos sabemos que é um homem bom, puro. O Bita não tem maldade, todos gostam dele e o respeitam. É um gosto vê-lo ao sábado de manhã a empurrar o carro do super mercado, acena-me sempre, enquanto a mãe escolhe nas prateleiras e o irmão mais novo coloca dentro do carro. Os do meio já saíram de casa, casados ou não, já não vivem com a mãe. Ficaram o mais velho e o mais novo. Aquela mãe, viúva agora, deve ser das mães mais realizadas. Aqueles homens fazem tudo por ela, vê-se-lhes a meiguice e o carinho com ela, que também sempre fez, sabe Deus as dificuldades, tudo por eles, tal como faz agora pelos netos. São todos bons rapazes, todos simpáticos e conheço-os desde sempre, uns mais bonitos, ou mais faladores do que outros, mas o meu preferido é o Bita. O Bita é alegria.

12.10.11

Precipício

E aos trinta e seis anos volto a sentir-me insegura e acagaçada. Recordo como é constatar a ignorância e abrir involuntariamente as portas ao medo. Saio, ao fim de muitos anos, da minha zona de conforto e tenho de respirar fundo para não sucumbir ao pânico. Trinta e seis e mais parece que tenho dezasseis. Não gosto.

9.10.11

Medo, medinho, daquele de não caber um feijão no...

Vinha toda lançada para meter aqui um texto que acabo de escrever sobre o amor a mando do professor de Português. Quer avaliar o nosso nível de escrita. Dez linhas, disse ele, não é preciso mais. Mas não, não meto aqui o texto. Ele disse que vai ao Google e mete as primeiras frases dos trabalhos só para topar as batotas. Ficava logo queimada, era lindo ele descobrir que copiei um texto de um blog chamado somos-a-normais escrito por uma tipa que diz que é jacklyn. Esturricadinha. Já enviei o texto por e-mail e a verdade é que não me cabe um  feijão no cu.

Power camp #1

Ora bem, o cabelo. E mais? As unhas, e sim, os dedos também. Assim de repente não me ocorre mais nada que não me doa. É, basicamente, é isto. Ontem doía um bocadinho, mas hoje... Venham internar-me por favor que ainda assim estou para aqui a pensar repetir a dose de Power Camp (é assim  que eles chamam àquilo) durante a semana. Fiz tudo, menos cantar aquelas cenas ridículas tiradas dos filmes da tropa. Era o que me faltava. Isso não fiz.

4.10.11

Actividades extra-curriculares

Ele é jantares, ele é worlshops, ele é as tunas, ele é corridas, ele é jogos de toda a espécie, ele é cursos disto e daquilo, depois junta-se a copofonia das festas à noute e é óbvio que a rapaziada não tem tempo para estudar. Registei-me naquilo e digo-vos do fundo do meu coração, estou varadinha da minha vida com a quantidade de e-mails que recebo diariamente de pessoas e entidades ligadas à Universidade do Minho a aliciar os estudantes para todas as merdas e mais algumas. Não admira que a canalhada ande com a cabeça virada do avesso, eles têm muito mais que fazer do que tirar cursos. O tempo não lhes chega para tudo, claro que não.

3.10.11

Teste

Este post serve apenas para testar os conhecimentos que adquiri na semana passada.