30.11.10
Turning point
Às vezes somos como o S. Tomé. Precisamos de ver para crer. E depois de vermos e ouvirmos parece que tudo muda. Parece que as coisas tomam outros contornos, parece que de repente, só por causa de uns breves minutos em que vimos e ouvimos, a realidade torce-se e transforma-se numa outra. A que era nossa passa a ser de outros e a dos outros passa a ser a nossa. E o que antes sabíamos ser verdade mas esperávamos que fosse mentira passa a ser mesmo verdade. Mesmo muito verdade. E esta percepção retira-nos um certo peso, e retira-nos uma certa mágoa. Ficamos aliviados do nosso fardo e a vida parece mais fácil. E é. Resumindo, é extremamente simples. Bastou-me enviar um simples e-mail e esperar uma semana pela resposta. Esta semana foi determinante. Esta ausência de resposta foi determinante. Chegou para que quando veio a resposta, o que queria dizer já não fosse bem a mesma coisa. O que disse foi condicionado pela ausência de resposta. O que disse foi que se iniciou dentro de mim um processo muito importante. Iniciou-se o processo de passar à frente, virar a página, encerrar o capítulo, o que se lhe queira chamar. O que é certo é que estou cada vez mais longe. E esta minha nova etapa, gerou um outro fenómeno muito interessante, que contarei mais tarde.
15.11.10
12.11.10
Under the stars
Se eu acreditasse nestas merdas ia já a correr ver o que é que isto quer dizer. Pois bem, noto um padrão que de certeza que quer dizer qualquer coisa. O meu ex-marido e o tipo por quem me perdi este Verão são do mesmo signo. Depois, os homens que intelectualmente acho mais estimulantes são também do mesmo signo. Aposto que alguém encontra e me dá a explicação para isto, mas custa-me a acreditar que o signo do Zodíaco condicione assim o carácter ou a inteligência, ou mesmo o sentido de humor de uma pessoa.
11.11.10
Just what I needed
Pó de talco, algodão.
Relva acabada de cortar.
Uma cama feita de lavado.
Uma manta e uma lareira.
Um abraço apertado.
Um par de mãos quentes que me seguram no rosto.
Um copo de vinho.
Espreguiçar-me ao sol.
Um corpo colado ao meu.
Um beijo na nuca, mesmo na linha do cabelo.
Um beijo nas costas, mesmo ali no fundo, onde faz cócegas.
Uma gargalhada ao acordar.
Tu fazes-me pensar em tudo isto. Só coisas boas, muito boas.
Obrigada.
Relva acabada de cortar.
Uma cama feita de lavado.
Uma manta e uma lareira.
Um abraço apertado.
Um par de mãos quentes que me seguram no rosto.
Um copo de vinho.
Espreguiçar-me ao sol.
Um corpo colado ao meu.
Um beijo na nuca, mesmo na linha do cabelo.
Um beijo nas costas, mesmo ali no fundo, onde faz cócegas.
Uma gargalhada ao acordar.
Tu fazes-me pensar em tudo isto. Só coisas boas, muito boas.
Obrigada.
9.11.10
Frase do dia (a minha)
"É um bocado estranho porque tenho o tempo tão ocupado, tenho sempre tanta coisa para fazer e ao mesmo tempo sinto que não faço nada de jeito. Puta de estupidez."
7.11.10
Fardamento
Hoje houve fardamento. É o que se chama a terem estado todos os escuteiros da freguesia, devidamente fardados, do mais pequenino ao mais velho, na missa das onze. Com as bandeiras do agrupamento levantadas com orgulho. Achei muito bom, porque estava o professor, que por acaso é o director do agrupamento das escolas primárias sentado ao lado do tecelão, e por acaso o tecelão, na hierarquia dos escuteiros está acima do professor. Também estavam os moços, lado a lado, todos iguais com o lenço da mesma cor, os universitários e os operários fabris. Os putos, uma maravilha, sejam filhos do sapateiro ou do presidente da junta, do agricultor ou do advogado, é tudo igual. Gostei. E tive pena, mais uma vez, que os meus macaquitos não queiram ser escuteiros. O princípio da coisa é fixe. Seja qual for a proveniência, a família, a profissão, a condição financeira, ali não há distinções, a farda é igual e apaga as diferenças de todas as espécies. A única coisa que conta é a cor do lenço, e essa vai mudando com o passar dos anos e com o mérito de cada um. Ponho o meu pescoço como ali ninguém suborna ninguém para que o lenço mude de cor mais depressa.
6.11.10
Et voilà, comme promis
Lady Marmelada
Miss Geleia
O grande circulava à minha volta chegando-me todos os utensílios que iam sendo necessários e atento a todos os meus movimentos, absorvia todo o ritual com visível prazer.
O pequeno oscilava entre o espaço à volta do fogão onde andávamos eu e o irmão, e o cesto da gata, que é grande o suficiente para ele lá se meter dentro com a gata ao colo.
No fim, rapamos as panelas e lambemos as colheres, todos três, como sempre.
No próximo fim-de-semana, há mais.
Cala-te
Amanhã faz dois meses que não fumo (estranho porque mais dois dias e são nove semanas, mas ninguém contradiga o calendário). O primeiro mês foi absolutamente fodido, o segundo foi bastante suportável. Há uma semana que tudo ficou diferente. Desde aquele dia em que quase que fumava um cigarro. Na minha cabeça só me vejo a fumar. Vejo-me a entrar numa tabacaria ou num quiosque e a comprar um maço de Marlboro Lights, não, que lhe mudaram o nome, Marlboro Gold, e um isqueiro e a acender um cigarro. Penso nisto constantemente. Ainda agora acabei de almoçar e fiz o percurso para o escritório a pé, sozinha e pensei, um cigarro, ia tão bem agora um cigarro, ninguém iria saber. Estou a quebrar, sinto-me a ceder. O meu cérebro já está às voltas a tentar arranjar um esquema para me enganar. Já sei como é. Já ouço aquela voz from the back of my head a dizer-me: fuma, vá, se te apetece, ninguém precisa de saber, vai comprar, é só um, escondes o maço no carro, ninguém descobre, vá, vai, tu queres, bem sabes que queres. E é isto, a puta da voz não se cala. Mandem-na calar, mandem-na calar senão ainda lhe espeto dois pares de estalos.
3.11.10
Todos iguais
Serve-me um qualquer corpo, um qualquer rosto, uma qualquer voz, fecho os olhos ou mesmo com eles abertos e tanto me faz, serve-me um qualquer homem para foder, são todos iguais, serve-me qualquer um, o único que quero não tenho, os outros são todos iguais.
2.11.10
Fraquezas
Ontem fraquejei e quase que fumei um cigarro, felizmente a minha amiga impediu-me. Sentia-me tão mal que mandava às urtigas todo o esforço que fiz este tempo todo para não fumar. Por uns minutos de prazer deitaria tudo a perder. Depois, já sei, sentir-me-ia mal, muito mal, uma fraca, uma merda. Por uns minutos de prazer iria sentir-me uma merda durante muitos minutos, muitas horas, muitos dias. Burra. Felizmente a minha amiga impediu-me. Felizmente passou-me a ideia, foi um momento, um repente. Acho que estou a enlouquecer. Obrigada G.
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