31.3.10

Respeito

Tenho para mim que a minha mania de não ter problema nenhum em discordar e de expor os meus argumentos com toda a naturalidade impõe respeito. Aquele respeito que impede o indivíduo de tomar determinadas atitudes com receio de levar imediatamente um desempeno à moda antiga. Esta merda baralha-me. No outro dia, o homem fez-se a mim e eu deixei. Mais, alinhei o que é diferente de deixar. Quando finalmente nos encontramos (não, desta vez não adormeceu) ele estava nitidamente mais nervoso, ou ansioso do que eu.

Corrijo, ele estava, eu não.

Repito, esta merda baralha-me.

30.3.10

Vou ter de ver isto

Assim como há músicas que provocam em mim uma reacção de quase náusea, há outras que também me mexem com as entranhas, mas em bom. Não deve ser normal, vou ter de ver isto.

29.3.10

Luxo

Faz parte das coisas que considero verdadeiro luxo.
Isto, ao vivo, há minutos.

28.3.10

Pois... paranóia minha... pois.

Os meus rapazes começaram a falar de uma amiga do pai com quem têm convivido mais ultimamente e a mim, eles dizem naturalmente sem se lhes colocar qualquer questão, que é uma pessoa "muito fixe", simpática e amiga. Fiquei, obviamente muito satisfeita com isso. É a única coisa que me interessa, que os miúdos se sintam bem com quem é introduzido na vida deles. Contudo, pedi a intervenção de outra pessoa, com quem eles conversam privadamente e que sabe muito bem como chegar-lhes. Sei que eles tentam "poupar-me" a determinadas coisas. Custa-me que eles achem que têm de me poupar ao que quer que seja, primeiro porque não é suposto eles terem este tipo de preocupação ou "fardo" e depois porque é completamente desnecessário. Concluiu-se que as referências à amiga do pai são sinceras e que eles aceitam bem esta realidade. Por isso mesmo, ouvi que as minhas questões sobre introduzir novas pessoas na vida dos meus filhos talvez fossem mais problema meu do que deles. Ouvi que não havia mal nenhum e que eles convivem bem com isso, que talvez eu devesse deixar-me de merdas e que se se proporcionasse não deveria deixar de aproveitar situações em que eles se pudessem divertir e viver experiências novas com pessoas novas. Porque não? Ouvi, mas mantive as minhas reservas, não sou capaz de fazer isso. Evidentemente que conheci outras pessoas, evidentemente que convivo com pessoas que não conhecia antes de me separar, acontece que os meus filhos apenas convivem com as pessoas que sempre fizeram parte da vida deles, com os amigos que tinhamos, com os filhos desses amigos, e amigos novos são eles que os fazem, não sou eu que os trago. Ouvi que provavelmente tudo isto seria talvez um grande disparate. Pois... mas para mim não faz sentido. Se nem eu sei se daqui a um mês estas pessoas continuarão na minha vida, não me parece bem que os meus filhos conheçam pessoas que provavelmente irão desaparecer. Ou não. Mas isso, nem eu sei. Ontem, o pai relatou-me que o mais velho ficou muito triste porque esteve há pouco com uma pessoa de quem gostou particularmente e percebeu que não vai ver essa pessoa durante muito tempo, e que isso o perturbou. Erro crasso, tendo em conta a sensibilidade muito especial do miúdo. O pai já devia saber, mas percebeu o erro e assegurou-me que não se repetirá. Se com todo o discurso que ouvi sobre as minhas "paranóias" quanto a este assunto eu tivesse ficado com dúvidas, ontem elas teriam desaparecido ao saber deste episódio. Mas não, nunca tive qualquer dúvida, há coisas que não se misturam.

No lanço, ainda me disse que não usa a família dele para nada, e que é complicado estar sozinho com os dois. Não percebi se foi uma farpa para mim, que ele sabe muito bem que os meus pais me dão muito apoio, ou se foi para tentar justificar as pessoas que têm convivido com os miúdos quando eles estão com o pai. Se foi para me atingir perdoo-lhe, ele não sabe que o tempo que tenho com os miúdos é dedicado a eles somente, e que no fim-de-semana que estão comigo não os deixo nos avós para poder sair. Ele não sabe disso, mas não senti necessidade de lho dizer.

27.3.10

Proibido

Não falei disto a ninguém, nem sei se isto é sequer normal, nem me interessa. O que sei é o que senti e é o que guardo lá atrás num cantinho no fundo da gaveta. Desconheço as consequências do acto e assim ficarei, sem saber. Um momento doce, só isso, que ficará associado à musica que tocava e que me inundou a par do puro prazer. Fui indecente, fui do piorio. Aproximei-me de mansinho, sabendo perfeitamente que nunca ele iria dar o primeiro passo, mas sempre soube que se eu alguma vez o desse a resposta seria a que eu esperava. E foi. Não consigo imaginar o que ele pensou exactamente mas a expressão dele foi de quem não acreditava no que lhe estava a acontecer, e foi essa reacção que despoletou o que aconteceu a seguir. O poder que senti foi avassalador, tomou conta de mim e eu deixei. Incendiei-o enquanto dançava colada a ele e enquanto lhe sentia o toque, tímido no início, o cheiro cada vez mais próximo, à medida que ele se libertava permitindo-se afundar o rosto no meu cabelo arrepiando-me com a respiração no meu pescoço. Três ou quatro minutos que dançamos, apenas um momento inconsequente, mas gostei da sensação de tê-lo à minha mercê, frágil e confuso, arrebatado. Despedi-me dele com um beijo na boca, fiz questão, e fui embora. Acho-o lindo de morrer, não fosse ele amigo do meu irmão e não tivesse ele apenas vinte e dois anos e... mas é proibido. Fundo da gaveta.

26.3.10

Gosto de ouvir mas...

dança-la é consideravelmente melhor.
Ele nem acreditava no que lhe estava a acontecer, tão giro.
Um amor.

Como dantes

Estivemos na conversa três horas e meia e foi tudo igualzinho.
Conversámos e rimos, rimos e conversamos, o trabalho, os filhos, os pais, os amigos.
Como dantes.
Não falamos do assunto que me atordoou.
Não se tocou nesse tema.
Como dantes.

24.3.10

Estou triste

Como se não fosse suficiente mudarem-lhes o nome, mudaram-lhes a cara também. Estou triste. Está bem que já iniciei o processo de separação. Está bem que penso mesmo abandoná-los, mas foda-se, podiam deixar uma mulher despedir-se dos seus cigarros em condições. Paneleiros. Anos e anos de fidelidade aos meus Marlboro Lights, que eu tanto acarinhei como sendo a única coisinha light da minha vida e agora mandam-me esta embalagem paneleira, branquinha, a lembrar aqueles pseudo-cigarros de gaja fininhos que até metem nojo, e ainda por cima começam a chamar-lhes Gold? Foda-se, Gold? Mas que merda é esta? Paneleiros.

22.3.10

Era mesmo disto que eu precisava agora

De ser assaltada outra vez pela puta da dúvida, pelo puto do medo. Et voilá... Já não é só um vislumbre, já é uma verdadeira possibilidade e eu fiquei toda a tremer. Eis que surge a oportunidade para o salto em direcção ao sonho, acompanhado de todas as contra-partidas que me inquietam profundamente. Deve uma mulher sozinha com duas crianças a seu cargo arriscar um novo emprego que a realizaria plenamente mas que a longo prazo é inseguro ou deve uma mulher manter o que já tem, que a realiza substancialmente e que a longo prazo pode vir a ser inseguro? Pondo de parte o gozo pessoal que eu retiraria de um projecto extremamente aliciante, a grande diferença é apenas esta: havendo a possibilidade de tanto um como o outro acabarem por me deixar no desemprego, um deles não me pesará na consciência. E agora, o que faço?

A bela adormecida

Se calhar eu devia ter ficado chateada. Acontece que não fiquei. Não fiquei assim muito. Passo a explicar: O meu date de sexta-feira à noite não apareceu. É verdade, o moço não apareceu nem deu sinal. Fiquei um pouco chateada mais por não ter sido avisada do que por ele não ter aparecido. Será que deveria ter ficado muito chateada com ele? É que não fiquei, mas pronto. No dia seguinte desculpou-se e disse que adormeceu. A-dor-me-ceu??? É o que ele diz. Tadito, e acha que eu acreditei. Eu deixo-o acreditar que eu acreditei. Dá-me jeito que ele acredite que eu acredito, faz parte do meu plano, que ele obviamente desconhece. Ora o moço, desde então tem-me inundade do sms, ora a pedir desculpa ora a pedinchar uma nova oportunidade. Ele ainda não sabe, mas vai tê-la, e mais cedo do que espera. Não vejo motivo para desperdiçar um jovem saudável e bem apessoado e que ainda por cima corresponde ao tipo de homem que... digamos... me desperta, porque para ser franca, serve perfeitamente o propósito que lhe está designado.

19.3.10

Estreia

Hoje tenho um date. Com o fulano do flirt. Um date mesmo, comme il faut. Foi ele que convidou, e escolheu o destino, assim tipo à moda antiga. E atenção, não foi uma cena daquelas arranjada na internet, foi como antigamente se fazia, ao vivo e cara a cara. Engraçado foi ele a explicar-me assim com algum receio que, sendo hoje dia do pai pretende jantar com os pais, ou seja, achava que eu estava à espera que me levasse a jantar. Adorei a expressão de surpresa dele quando percebeu que eu não estava nada a contar com isso. Vai ser um date after dinner. So far so good.

17.3.10

Harmonia

Uma coisa é certa, nunca houve nem haverá jamais conflitos de interesses entre "moi même" e alguma das minhas amigas por causa de homens. Nunca acho piada aos mesmos que elas. É bem.

Tommy Lee Jones


Este é um homem magnífico.
Feio.
Velho.
Acabado.
Magnífico.

16.3.10

Standards

Os meus filhos são rapazes completamente diferentes, tanto fisicamente como em todas as outras características, enfim, não podiam ser mais diferentes e há coisas até em que eu diria que são opostos. Cada um com a sua personalidade, a sua sensibilidade, a sua abordagem à vida muito particular,e eu, no meio deles, por baixo, por cima, de lado, à volta, tentado o melhor que sei e posso, apoiá-los, guiá-los, protegê-los, educá-los, ensiná-los. Não tenho preferência por nenhum deles, amo-os profundamente de forma igual. Um dia eles perguntaram-me de qual gostava mais e eu respondi que se me cortassem a perna esquerda eu ficaria coxa, e se me cortassem a perna direita ficaria coxa também. Duas pernas, e ambas igualmente necessárias. Foi assim que expliquei, acho que entenderam. Procuro orientá-los, mas tento aceitá-los como são. Não quero forçá-los a serem o que não são, contudo sei que precisam de mim para lhe mostrar e ensinar o caminho. Quero que sejam felizes, mas também gostava que escolhessesm uma profissão que lhes proporcionasse alguma estabilidade. O que eu quero mesmo, é que se transformem em homens sérios, honestos, que gostem do que quer que seja que façam, que sejam equilibrados e emocionalmente bem sucedidos. Isso, para mim é mais importante do que ter muito dinheiro, ter carros desportivos ou casas com piscina. Quero que sejam capazes de amar uma mulher, ou um homem, tanto me faz e que respeitem a ou o companheiro. Quero que sejam capazes de olhar os mais velhos com carinho e quero que sejam capazes de transmitir coisas boas aos filhos, se os vierem a ter. Quero que tenham a capacidade de se divertirem e de se rirem mesmo nos momentos mais adversos. Quero que sejam optimistas e que olhem para a vida de frente, sem medos, e com um sorriso. É isto que eu quero para os meus filhos.

O pai deles ontem fez-me sentir uma merda, porque durante o fim-de-semana não obriguei o rapaz a estudar para o teste de História que tem hoje. "estou muito desiludido" disse-me. Hoje, penso nisto tudo e não voltarei a sentir-me uma merda com os reparos do pai deles. O rapaz deveria ser o melhor aluno da turma, segundo os standards do pai. Lamento, não concordo. O rapaz tem de dar o seu melhor. Se for o melhor aluno da turma, óptimo. Se não for, não vou ficar desiludida. Não vou.

13.3.10

Maaaaaaaaaaaaaaãe, olha para miiiiiiiiiiiiiiiim!

Eu, concentrada a fazer o jantar, viro-me e vejo o puto de 7 anos, de pijama, a entrar pela porta da cozinha, com as minhas botas de salto alto calçadas, a darem-lhe até à coxa, e a tentar correr com elas nos pés. Não podia mais de tanto rir mas quando vi que as botas estavam calçadas trocadas, atirei-me para o chão. Este puto não existe!

E com esta palhaçada, claro, o arroz queimou.

Se

Se um dia ela se despir, ela gosta de ser despida, se algum dia ela se despir para ele, será com isto a tocar:

12.3.10

Detalhes

Como será que ela vive com um homem que está com ela só porque não pode estar com outra? Um homem a quem tanto lhe faz com quem está, já que não é a mulher que quer? Um homem que teria vivido outra vida se pudesse, que pensa noutra como a mulher certa para ele, que nunca teve e que sabe que não pode ter mas que mantém viva dentro dele? O que sentiria ela se soubesse?

Esta é a maior traição de todas, fazer de alguém a segunda escolha.

Aldrabice

Descobri hoje que tenho andado a aldrabar as bicicletas e os tapetes lá do ginásio. É que para pôr a funcionar aquelas geringonças temos de introduzir várias informações, o tempo, o nível de dificuldade e o nosso peso. E eu, inocente, punha lá o peso que achava que tinha. Hoje descobri que peso menos 2 kilos do que o que tenho andado lá a meter. E que ninguém me diga que é normal, que se tenho ido ao ginásio já perdi peso e tal, porque nem as vezes que já fui nem o esforço que lá faço justificam perder 2 kilos. Sim, porque só vou na segunda semana e o esforço é quase (mas quase) nenhum.

11.3.10

Coisas boas de ouvir #2

"Estou encantado com esta mãe!"

(posterior ao epísódio da tareia, atenção!)

10.3.10

Quem me dera

Choque. Não sei o que pensar, não sei o que fazer, não sei o que sentir. Que confusão aqui dentro.

Descobrir ao fim de 20 anos que durante todo esse tempo se é protagonista na vida de alguém, que se é o fantasma que assombra e perturba toda uma existência, que a ilusão dos 15 anos ao invés de se esfumar no tempo foi alimentada e tomou proporções verdadeiramente "shakesperianas", no mínimo,abala.

A mim deitou-me por terra.

Quem me dera não ter sabido disto, quem me dera nunca ter sido encontrada, quem me dera viver desconhecendo esta realidade que não é a minha, mas que mesmo assim me dói.

Nem acredito

Estou tão, mas tão contente que nem sei. Tive uma belíssima surpresa hoje quando recebi uma mensagem de um amigo que já não vejo e com não tenho contacto há cerca de 20 anos. Éramos inseparáveis quando estudamos juntos e, ele não sabe mas o meu filho mais novo tem o nome dele. Ele descobriu-me e mandou-me mensagem, tão bom! É provavelmente a pessoa com o sentido de humor mais genial que alguma vez conheci, divertíamo-nos tanto os dois na escola, éramos tão amigos. Eu continuo, ao fim destes anos todos a gostar tanto dele como antes e ele de certeza que sente a mesma coisa. Os verdadeiros amigos não sentem o passar do tempo, a amizade não tem prazo de validade e não esmorece à conta do tempo ou da distância. Estou mortinha por estar com ele e saber tudo da vida dele nestes 20 anos, espero que seja em breve. Nem sequer sei onde ele está, mandei-lhe e-mail e só quero que seja amanhã para ter resposta. Estou mesmo contente.

9.3.10

Fui...

... lá. Mal me viu veio imediatamente ter comigo e depois dos beijinhos e do "olá tudo bem?" perguntou-me se o número de telefone que tinha estava correcto (?!). Ah pois, tentou ligar-me ontem para o meu  número antigo que descortinou não sei como (?!), e não deu, claro. Dei-lhe o actual, e com um sorriso e um "estou cheia de pressa", porque até estava, despedi-me e vim embora a pensar: Ena, temos homem!

8.3.10

Não sei bem como fazer...

...para passar o meu número de telefone ao fulano com quem flirtei este fim-de-semana. Não sou artista nestas merdas. Não tenho jeitinho nenhum para estas cenas. Nem para estas cenas nem para seduzir com merdinhas e poses e sorrisinhos. Comigo é gargalhadas mesmo. Ainda vou ter de tirar um puto dum curso! Amanhã ou depois vou lá, onde sei que o vou encontrar, e dependendo da reacção dele vejo se lhe dou o meu número de telefone. Sim, porque lá onde ele está o mais provavel é que ele não tenha lata para mo pedir. Se tiver, ui, só ganha pontos, mas desconfio que não. O problema é se me apetece dar-lho e depois não me desenrasco de maneira a que ninguém tope. É lixado isto. Tenho sempre tendência para as cenas mais directas, às claras, o que me pode estragar o esquema todo. Estranho é que consigo ser extremamente subtil em varidíssimas situações mas nestas coisas não tenho jeitinho nenhum. Preciso de um curso intensivo urgentemente! Só me dá vontade de rir a minha falta de... digamos... tacto... ninguém imagina o que eu me divirto com isto!

7.3.10

Flirt

Foi uma daquelas situações em que o que se estava a passar na minha cabeça era exactamente o que se estava a passar na dele. Mais um copo, mais um cigarro, mais uma gargalhada. Depois já se bebe do mesmo copo, já se fuma o mesmo cigarro e as gargalhadas já são intercaladas com sorrisos acompanhados de olhos que procuram os olhos. Gentilezas que de desinteressadas nada têm, o vou contigo que está muita confusão e dá-me a mão e aperta ao mesmo tempo que a outra mão suavemente pousa na cinta que disfarçadamente passa a ser a anca deslizando até à barriga diminuindo a distância entre os corpos a cada passo dado. E no meio da confusão há uma torrente de gente que força a marcha até à parede e eu quase arrastada pela multidão sinto um braço que me envolve, me levanta e vira colocando-me entre a parede e o corpo que colado ao meu me protege do arrastão. Eu a ver, eu a ver tudinho e ele a perceber perfeitamente que eu estava a perceber. Nada mais que isto. Despedidas sem troca de contactos com o intuito óbvio de dar seguimento ao flirt delicioso que ali ocorreu. Nada. Mas ambos sabemos que mesmo sem se ter combinado o que quer que fosse é apenas uma questão de dias até que nos voltemos a encontrar. E esta expectativa, assim no "escuro", é provavelmente o melhor que esta cena toda tem.

6.3.10

Lust

Que seja a última vez!

Os meus rapazes dormem comigo uma vez por semana, é a regra que instituí desde que o pai saiu de casa. Uma vez por semana e não há cá confusões. Admito que adoro tê-los na minha cama, um de cada lado, eu no meio de barriga para cima e eles, agarrados aos meus braços e com as pernitas entrelaçadas nas minhas até adormecerem. Fico dividida a meio, quase literalmente, cada um deles agarra a sua metade e adormece. Estes momentos são do melhor que há. Acontece que esta semana, precisamente quando nos preparavamos para dormir, eu no meu quarto e eles cada um no seu, começo a ouvir as habituais discussões e não liguei, contudo quando os ouço a insultarem-se com palavras obscenas passou-me uma coisinha pela cabeça, transformei-me e fui disparada ter com o mais novo, obriguei-o a repetir o que tinha dito e percebi que além de palavras houve também gestos obscenos. Bem, apliquei-lhe dois pares (sim, 4) de estalos na cara mais uma boa meia-dúzia de palmadas no rabo com quanta força consegui arranjar. Pelo meio das tentativas de se defender ele lá soltou que o irmão também lhe tinha feito. Segui directa para o quarto do mais velho (que estava imóvel e acho que nem sequer respirava) e forcei-o a repetir também o que tinha feito ao irmão. Outro gesto obsceno (diferente do do mais novo) Oh meus amigos, foi logo mais uma dose de porrada. "Mas o que é isto??? Os meus filhos não são fazem estas coisas! Eu não tenho filhos mal-educados!" Berrei eu. "E digo-vos meninos, que seja a última vez que isto acontece, e eu se eu sei que lá fora, onde quer que seja, vocês me fazem destas coisas, levam semalhante coça que vos ponho aos dois no hospital, percebido? Isto foi só uma amostra! PERCEBIDO?" Nem responderam, claro. Entre soluços foram que nem flechas vestir o pijama e escovar os dentes. Em menos de um minuto estavam prontos para se deitarem e enfiei-os na minha cama, com direito a um "Estão os dois de castigo", apaguei a luz e virei costas. O mais novo, ainda aos berros: "Mas não te vens deitar? Vamos ficar aqui sozinhos?" Disse que sim, que não mereciam, "e se não te calas imediatamente vais já para a tua cama dormir sozinho!" Ele não tem mais, levanta-se e vai para o quarto dele. O outro, pesou-lhe lá ficar sem o irmão, levantou-se e foi também. Nesta altura já eu estava exausta, mais calma, mas exausta. Do mais velho não ouvi mais um pio. O mais novo ainda chorou durante mais de meia hora, sozinho no quarto dele. Depois de se acalmar, chamou-me e disse: "Mãe, já me estou a portar bem, vens adormecer-me?" (o mais velho já dormia). Respondi que não, que estava de castigo e que sabia muito bem que não merecia. Recomeçou a soluçar. "Um beijo já aqui imediatamente, e apontei para a minha bochecha. E pensa naquilo que fizeste, porque se pensas que te portas mal e que não se passa nada e que a mãe te vem adormecer como se nada fosse estás muito enganado com a tua vida. E outro beijo já! Ele deu-me outro beijo, eu também lhe dei e a última coisa que lhe disse ao sair do quarto foi um "Dorme bem".

Passei-me da cabeça, é verdade. Mas não posso admitir este tipo de merdas, não admito. Que os putos digam umas coisas menos aceitáveis quando estão sozinhos ou com os amigos, pelos vistos é normal e segundo o que sei através de casais amigos com filhos da idade dos meus todos o fazem, agora dentro de casa comigo ao lado e saem-se com isto? É que nem pensar, era o que faltava! Se não lhes meto travão os gajos ainda pensam que este tipo de coisas não têm mal nenhum e fazem disto uma coisa banal em qualquer lado, com qualquer pessoa e em qualquer situação. Não pode ser!

4.3.10

Cavaleiro andante

Acabo de receber uma informação que não posso dizer que me choca mas, que me intriga. Nem sei se intrigar é sequer a palavra correcta. Pouco depois de ter tido "aquela" conversa com o meu marido fiquei a saber que a irmã dele estava a ter problemas no casamento também. Golpe duro para os pais dele, e ele pediu-me para que não revelássemos os nossos de imediato, para os poupar. Aceitei. Os ecos que me foram chegando do outro lado foram que ela teria um caso com alguém que trabalhava com ela, esse alguém estava devidamente identificado e que ela estava a forçar o divórcio. Drama gigantesco naquela família. Ora, quando começa o circo para o meu lado, achei que em parte toda a confusão na cabeça dele teria sido em parte por sugestão, ou seja, ele teria transportado a cena da irmã para mim. A outra parte atribuí ao grandessíssimo golpe no ego que preferiu atribuir a ruptura a uma terceira pessoa do que admitir o falhanço pessoal. Quando tudo acalmou, cheguei à conclusão que a irmã não deveria ter caso algum porque como eu passei por ter um amante sem ter, ela padeceu do mesmo. Aqui reside o que me intriga. Acabo de ser informada que a irmã já comprou casa juntamente com o namorado novo, que é nada mais nada menos o fulano com quem "supostamente" tinha um caso. Espero que lhes corra tudo bem. Mas tendo estes acontecimentos tido lugar há menos de um ano, e não estando a julgar atitudes ou posturas, fazem-me imensa impressão estas cenas de trocar um homem por outro. Tenho para mim que estas decisões são sempre alicerçadas em areias movediças. O homem que se acha que é o cavaleiro andante que vem salvar a donzela nunca é o que parece ser. Quando se está numa relação que não é satisfatória, os olhos estão turvos e não enxergam devidamente. O tempo acabará por mostrá-lo tal como ele é e chega-se à conclusão que não se pensou lá muito bem. Não quer dizer que se volte atrás e que se queira o homem que se deixou, apenas penso que não se consegue ter bem a noção da realidade relativamente ao homem seguinte. Mas isto sou eu. A que na fotografia ficou como a mulher que o marido deixou porque descobriu que ela tinha um amante, a que queria despachar o marido para ir viver com o amante mas o marido foi mais esperto e descobriu, e antes que ela o deixasse, deixou-a ele. Até hoje haverá gente admirada por me ver sozinha, mas onde é que está o amante? Amante não tenho, não tive. Homens, há-os e eu vejo-os muito bem pois nada me turva a visão e também ninguém me vem salvar, não preciso, obrigada. E se um dia escolher alguém será, para o bem e para o mal, com total consciência do que estou a fazer.

Preparativos

Isto de ser hipo-coagulada (nome pomposo, hein?) é uma carga de trabalhos. Vejamos: tenho um dente que já há uns tempos é uma bomba pronta a explodir. Andou calminho durante uns meses, mas há dois dias acordou e eu tinha sido avisada que se ele desse qualquer tipo de sinal teria de ser extraído. Ora isto, nada teria de especial ou extraordinário se eu fosse uma pessoa normal, hum... quer dizer... se eu não fosse hipo-coagulada. Assim, a extracção do dentito requer mais preparativos do que um casamento de uma casa real. Falei hoje com a dentista e o primeiro passo é contactar o serviço de imuno-hemoterapia para fazer medição do sangue antes de mais nada. Depois há que tomar antibiótico durante oito dias. Aí, suspende-se o anti-coagulante durante cinco ou seis dias substiuindo-se por injecções de heparina (as famosas picas na barriga) e só depois se pode extrair o dentinho, cosendo claro os todos os tecidos para reduzir a hemorragia. E é isto a minha vida, qualquer merda vira uma tamanha complicação que nem eu acredito. Tirar um dente, coisa banalíssima, vai envolver deslocações, tempo e chatices que avaliando bem, acho que vou fazer tudo o que ando a adiar fazer há meses nos dentes, e já que esta merda me vai dar semelhante trabalheira, faço tudo duma só vez e não penso mais nisto. É assim, já que a trabalheira vai ser em grande, façam-se os trabalhos também em grande!

3.3.10

Argh!

Arrepio-me de cada vez que penso que mais logo vou gramar com mais uma hora de ginásio, argh...
Arrepio-me de cada vez que penso naquelas pessoas todas suadas e a adorar ali estar, argh...
Arrepio-me de cada vez que penso que vou ter de esperar entre exercícios porque está muita gente, argh...

Arrepio-me de cada vez que penso nos moços do pólo aquático todos a deslizar na piscina, em "bikini", ali à minha frente, ui...

(o ginásio é nas mesmas instalações da piscina e apesar de estar a um nível mais elevado, não tem parede, tem um v-i-d-r-o!!!)

2.3.10

Juro que parto a puta da cara

ao gajo ou gaja que eu apanhe a meter aquelas publicidades de merda no limpa pára-brisas do meu carro. Quando não chove pego nos papéis e meto dentro do carro, que eu não sou mulher para deitar lixo para o chão. Se chove, aquilo cola-se ao vidro e é uma dor de cabeça para conseguir tirar. Que eu nunca apanhe ninguém com a boca na botija, que juro que lhe parto a puta da cara!

Fenómeno sobrenatural

Os fenómenos sobrenaturais são acontecimentos para os quais não se encontra explicação lógica, toda a gente sabe. Ontem tive vontade de rir quando tentei lembrar-me das vozes e consegui encontrar os adjectivos com que as classifico mas apenas de uma me lembro do timbre. Consigo ouvi-la mesmo, as vezes que eu quiser, as outras não. É de rir, pois isto não tem qualquer explicação lógica.

Sexy songs # 2

Ameaça

Enchi-me de coragem e fui. Demorei a aquecer, no início é sempre aborrecido. É sempre assim. Mas respirei fundo e venci o impulso de virar costas e desandar dali para fora. Fiquei e insisti. Todos aqueles aparelhos me parecem ter vida própria e tenho sempre a sensação que me vão fazer mal. Há uns dos quais nem sequer me aproximo, tenho-lhes um medo irracional. Há outros que nem toquei, tenho a desculpa da perna. Depois irritam-me os gajos e as gajas que lá estão a destilar, tenho-lhes uma raiva descomunal, porque parece mesmo que gostam daquilo. Não percebo como é que alguém gosta daquilo. Até aqui tudo bem, ou seja, menos mal. Das poucas vezes em que olhei para o espelho e vi a minha cara de frete quase que me ri, estava claramente a destoar. Os gajos vermelhíssimos, as gajas todas esbaforidas, todos invariavelmente suados. Eu ali, como se nada fosse, nem um pingo de suor e a tez esverdeada. É, o meu tom de pele, tem dias que é esverdeado. Eu fico verde, literalmente. Não tem a ver com a raiva que tenho àquela gente que gosta daquilo, é mesmo por estar com má cara e, ninguém no seu juízo perfeito vai para ali com maquilhagem. Eu, nem para ali nem para lado nenhum ultimamente. No fundo, estou contente, venci mais uma vez o meu ódio a ginásios, a ginástica, a exercício físico em geral, é uma experiência profundamente desagradável a hora que lá passo no meio daquilo tudo. Venci porque me têm doído aquela vértebra que de há uns anos para cá não me deixa esquecer que existe, e quando chega ao ponto de me ameaçar que vai bloquear com qualquer movimento menos calculado, eu obedeço e vou ao ginásio trabalhar os músculos das costas. Só sob ameaça, porque de livre vontade ninguém me apanha lá. Por isso, não posso verdadeiramente dizer que venci, tenho de dizer que obedeci, cabisbaixa e com o rabinho entre as pernas. Mais uma vez. Veremos quanto tempo aguento. Isto, sem pensar que amanhã me vão doer todos os músculos que tenho e mais os que já não me lembrava que tinha. Depois de amanhã volto lá, para mais uma dose de infelicidade. Ai...

1.3.10

Ritual

Há algumas coisas que não consigo deixar de fazer, é quase uma daquelas cenas obsessivo-compulsivas daquele filme com o Jack Nicholson, o "As good as it gets" e não me lembro do título em português. Uma delas é não conseguir deitar-me sem ir ver os meus rapazes, cada um na sua cama, mesmo que o tenha feito apenas minutos antes, é mesmo a última coisa que faço antes de me deitar. Vou ver um, cubro-o e beijo-o, depois vou ver o outro e faço a mesma coisa. Não consigo, falta-me alguma coisa. Tenho um absurdo pavor de dormir e nunca mais acordar, e uma ridícula ideia de que se isso acontecer não me terei despedido deles. É que pode acontecer, morrer durante o sono. E se isso acontecer, terei dado o derradeiro beijo às únicas pessoas de quem faço questão, se puder obviamente, de me despedir. Não sei o que isto quer dizer, nem faço quaquer diligência no sentido de tentar perceber. Está dentro de mim e não há nada a fazer. E ocorre-me agora se todas as mães serão assim.
Não sei, nunca perguntei.