O poder das mulheres está na escolha do macho, está nas pernas que abrem para receber o sémen, está no
ventre, na vida que geram dentro de si e que expulsam à força de gritos,
lágrimas, suor e sangue. O poder das mulheres está nas mamas que esguicham o leite
que aquece e engorda a cria. O poder das mulheres está no colo que embala e
acalma o choro, está no coração que dá amor. Está na mão que dá a palmada que
termina a birra e está na boca que profere “não” sempre que necessário.
O poder das mulheres está na educação que dão aos filhos, pois eles são
o futuro e em cada geração as mulheres moldam o futuro. Esse poder é tão grande
e causa tanto estrago que quando não é bem usado os resultados são
trágicos. Há exceções que confirmam a regra dos traumas da infância e
adolescência que resultam em adultos desequilibrados e psicóticos, mas são
poucas. Um mau pai causa danos, uma má mãe - ou a ausência dela, por vezes - causa muitos mais, mais profundos e
quase sempre irreversíveis.
O poder das mulheres está na capacidade de sacrifício e sofrimento, no peso da preocupação que conseguem carregar diariamente, na certeza absoluta que os filhos estão sempre primeiro.
As mulheres detêm o poder de moldar o mundo, de fazê-lo avançar ou
retroceder. Este poder é tão imenso e tão infinito, no entanto está dentro de
cada mulher, de cada mãe. É uma noção difícil de interiorizar sobretudo num
mundo onde o individualismo impera, e todos achamos que somos o centro do
mundo. Não somos o centro, somos apenas as peças de uma máquina, e esta noção tem tanto de grandioso como de humilde. Remete-nos simultaneamente à insignificância e à importância de uma pequena peça, fundamental para o funcionamento da máquina do mundo civilizado.
Para o bem e para o mal.
Para o bem e para o mal.
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